Nova técnica mistura duas tecnologias de ultra-som e promete ser uma opção eficaz – com menos dores e sem anestesia.
Quem tem, ou teve, pedra(s) no rim, conhece bem o transtorno e as dores que causam. Mas agora há esperança num novo tratamento.
Ainda estará longe mas já foi apresentado um estudo, no The Journal of Urology, que apresenta essa técnica promissora.
Os autores do estudo anunciam que esta foi a primeira vez que foi utilizada propulsão ultra-sónica e litotripsia por ondas de explosão para tratar deste problema.
Esta nova técnica combina essas duas tecnologias de ultra-som e apresenta-se como uma opção para remover pedras do rim com o mínimo de dor e sem anestesia, explica o portal The Brighter Side of News.
O médico utiliza um transdutor portátil colocado na pele para direccionar as ondas de ultra-som para a pedra.
O ultra-som pode então ser utilizado para mover e reposicionar as pedras para promover, ou a sua passagem (propulsão ultra-sónica) ou a quebra da pedra (litotripsia por ondas de explosão).
Habitualmente os pacientes passam pela litotripsia por ondas de choque; mas esta litotripsia por ondas de explosão nem precisa de anestesia porque (quase) não provoca dor, de acordo com Kennedy Hall, líder do estudo.
“É quase indolor e podes fazer o tratamento enquanto o paciente está acordado e sem anestesia, o que é essencial”, descreveu o médico.
A equipa espera que este procedimento de mover ou quebrar pedras possa ser realizado numa clínica ou numas urgências de hospital.
Hall lembrou que a maioria das pessoas que têm pedra no rim recebe a indicação de esperar para ver se a pedra sai por si. Mas isso pode durar semanas – e praticamente um em cada pacientes segue mesmo para cirurgia.
Com esta inovação, a ideia é tratar das pedras sem necessidade de realizar uma cirurgia. E tentando não provocar dor no paciente – que estaria acordado e sem anestesia, como já foi mencionado.
Números do estudo
Este estudo envolveu 29 pacientes: 16 tratados apenas com propulsão ultra-sónica e os outros 13 com propulsão ultra-sónica e litotripsia por ondas explosivas.
Em dois terços dos casos, as pedras mexeram-se. Em dois casos, as pedras saíram do rim e entraram na bexiga.
A litotripsia por ondas de explosão fragmentou as pedras em sete dos casos.
Os doentes foram acompanhados ao longo das duas semanas seguintes ao procedimento: 18 dos 21 pacientes (86%) que tinham as pedras na parte inferior do rim, mais perto da bexiga, ficaram sem pedras no fim. Em média, a pedra desapareceu em apenas quatro dias.
Este estudo já começou em 2018, financiado pela… NASA. A agência espacial dos EUA quis averiguar se pedras nos rins podiam ser movidas ou destruídas, sem anestesia, em voos espaciais longos (missões em Marte, por exemplo).