Bispo do Porto terá culpado criança por abusos sexuais sofridos

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Diocese do Porto/JLC

O bispo do Porto, Manuel Linda.

O atual bispo do Porto, Manuel Linda, terá responsabilizado uma criança vítima de abusos sexuais por parte de um padre, garante a agora jovem mulher.

Há cerca de 18 anos, Maria (nome fictício) denunciou os abusos sexuais do padre Heitor quando esta ainda era uma criança. Garante tê-lo feito ao seu então professor de Religião e Moral, D. Manuel Linda, atual bispo do Porto.

Em declarações ao Correio da Manhã, a mulher conta que Manuel Linda responsabilizou-a pelos abusos sexuais sofridos.

“Ele disse-me que eu tinha culpa. Basicamente, era mulher e se quisesse podia dizer não”, diz Maria.

“Saí dali a chorar. Foi muito duro”, recorda a mulher, revelando que nunca mais denunciou o caso e que até normalizou os contactos sexuais.

Manuel Linda era professor de Educação Moral e Religiosa, na Escola Secundária Camilo Castelo Branco, de Vila Real.

“Achei que estávamos apaixonados. Ele era o meu ídolo, eu era a escolhida”, conta a mulher natural de Vila Real. A relação amorosa durou uma década e, já maior de idade, Maria ficou grávida de uma menina.

“Primeiro disse-me que aos 18 anos ficaria comigo. Depois, garantiu que o faria quando eu acabasse o curso e, mais tarde, era quando a nossa filha nascesse. Foi sempre adiando e eu fui acreditando que ainda era possível. Que aquilo era mesmo o meu amor”, conta Maria.

Agora, a mulher de 32 anos quer que o caso seja investigado e o padre seja responsabilizado pelos seus atos.

“Ele não tem qualquer vínculo afetivo à filha e não quero que ela conviva com ele. Tenho medo que lhe faça mal como me fez a mim”, teme Maria.

De acordo com o Jornal de Notícias, Manuel Linda disse não se lembrar deste caso: “Não me recordo minimamente de nada parecido com essa denúncia. Se a tivesse recebido, teria reportado ao meu bispo. Espero que nunca uma denúncia fique sem resposta”.

O bispo foi recentemente muito criticado depois de ter dito que o abuso sexual de menores “não é um crime público” e que, por isso, “não há obrigatoriedade de denúncia”.

Ao Correio da Manhã, o padre Heitor, que entretanto deixou o sacerdócio, nega as acusações: “Rejeito essas suspeitas, o envolvimento físico que houve entre nós foi já quando era maior de idade, tinha 19 anos”.

Daniel Costa, ZAP //

12 Comments

  1. A igreja católica deveria ter os mesmos direitos que qualquer outra religião num estado laico, tal como deveria ser o nosso.
    No entanto tal não se verifica. Existem favorecimentos, fiscais, políticos e obviamente judiciais. Não abusam só de crianças, abusam do estado, logo, de todos nós cidadãos.

  2. A forma como os responsáveis da Igreja falam destes crimes, diz tudo. Acabem com o celibato obrigatório, que só foi instituído no séc. 11, e por razões económicas. A igreja católica é uma instituição riquíssima e com muito poder. Devia ser investigada e expurgada de elementos perversos. Acredito que ficassem poucos.

  3. Pois, não desculpabilizando os crimes cometidos dentro da igreja católica que já se conheceram, parece-me que este caso, com base no descrito na notícia, não é bem uma violação.
    Parece-me mais uma relação consentida e longa, que um dia chegou ao fim….
    Acho que misturar este caso com os outros, não só não dá força aos outros casos, como até lhes retira força.
    Aconteceram coisas realmente muitíssimo graves que não se devem misturar e confundir com outros episódios, sob pena de perdermos a noção do que realmente aconteceu nesses casos.

    • “Há cerca de 18 anos, Maria (nome fictício) denunciou os abusos sexuais do padre Heitor quando esta ainda era uma criança.”

      32 – 18 = 14

      Relação consentida aos 14 parece errado, não?

  4. Bem …. se Compreendo bem , trata-se neste caso de uma relação “santamente” consentida na altura do facto ! …. será que o nosso Marcelo vai comentar este ?

  5. A sucessão de afirmações e casos alegadamente relacionados com este senhor (por exemplo: de que a igreja não investiga casos de abuso sexual nem OVNIS embora digam que eles existam/ que os abuso sexual não é crime público/ que a igreja não deve investigar as denuncias de abuso sexual (Não…) e agora dizer que a miúda de 12 anos foi a culpada de ter sido abusada, e por um padre…) não deveria ter já alertado os responsáveis da Igreja Católica? E quantas pedras ainda faltarão cair no charco…

  6. Não sei o que é mais generalizada, a pedofilia ou o encobrimento.
    A primeira parece um flagelo humano e o segundo é um crime público.

    Mas como um alto funcionário do Estado recentemente disse, que entre os milhões de crianças que tiveram nas mãos de clérigos, só 400 e tal foram vítimas e de acordo com um bispo conivente muitos dos quais manifestaram sinais de perturbações mentais graves (e que assim o seu testemunho não era de nenhum valor) . . . a igreja não deve ser vista como uma organização pedófilo.

    pronto

  7. Se calhar também é mais um dos …
    A mentalidade doentia de Putin, que vê as coisas num prisma que lhe dá jeito, culpando a Ucrânia de decisões que ele próprio tomou … afinal já se espalhou.

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