Biden diz que EUA vão defender Taiwan contra ataque da China

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EPA/Michael Reynolds / POOL

Presidente dos Estados Unidos rompeu com a política que tem dominado as anteriores Administrações no que concerne à independência do território.

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, afirmou esta segunda-feira que as forças norte-americanas estarão disponíveis para defender Taiwan de um eventual ataque chinês. A questão foi colocada por um jornalista na conferência de imprensa conjunta que o chefe de Estado norte-americano deu com o primeiro-ministro japonês, a propósito da visita de Biden ao país — a primeira à Ásia desde que assumiu o cargo.

“Foi esse o compromisso que assumimos. A questão é esta: Concordámos com a política de ‘uma só China’, subscrevemo-la, e todos os acordos que resultam daí… Mas a ideia de que ela pode ser adotada à força não é apropriada”, afirmou o presidente dos Estados Unidos da América. Joe Biden evocou o princípio, especificando que qualquer alteração ao mesmo iria “desestabilizar toda a região” e “seria mais uma ação semelhante ao que aconteceu na Ucrânia”.

De acordo com a CNN Portugal, este parece ser uma inversão face à política de “ambiguidade estratégica” que tem orientado os presidentes norte-americanos no que respeita a esta questão. Como tal, qualquer questão como a que foi colocada a Biden costuma merecer uma resposta bastante evasiva, remetendo para o princípio de “uma só China”, assim como a defesa do status quo — a manutenção do autogoverno do território.

Após a declaração de Biden, um dos funcionários da Casa Branca veio esclarecer as palavras do chefe de Estado, sublinhando que a política dos EUA “não mudou“. “Reiterou a nossa política de ‘Uma só China’ e o nosso compromisso para com a paz e a estabilidade em todo o Estreito de Taiwan. Reiterou também o nosso compromisso, ao abrigo da Lei das Relações de Taiwan, de fornecer a Taiwan os meios militares para se defender“. As palavras de Biden foram, efetivamente, neste sentido, mas não se ficaram por aí. O presidente norte-americano afirmou que estava efetivamente disposto a envolver o seu país militarmente para defender Taiwan.

Uma posição que uniu os dois responsáveis presentes teve que ver precisamente com o status quo, com os dois a concordarem que só este poderá garantir “paz e estabilidade no Estreito de Taiwan”, apesar de Biden considerar que a China está a “flertar com o perigo” nas suas ações, quer no âmbito político quer no âmbito militar.

Para além da questão de Taiwan, outro dos temas abordados teve que ver com a ameaça chinesa noutras zonas, a invasão da Ucrânia e a escalada armamentista da Coreia do Norte.

ZAP //

18 Comments

  1. Uma declaração arriscada, Joe! Podes estar a empurrar a China ainda mais para a aliança com a Rússia…e se a China invadir Taiwan, vais defende-la como sem o uso de armas nucleares? Parece-me que já estou a ver uma aliança tripartida China-Rússia-Coreia do Norte (tudo malta atómica) a enfrentar os longínquos EUA e os impotentes Japão e Coreia do Sul e não estou a ver como Taiwan poderá safar-se. É que Taiwan não é igual à Ucrânia…

    • Os BRICS (Brasil, Rússia, India, China e Africa do Sul) estão unidos e representam a maioria da população mundial. Devíamos respeitá-los muito mais. O tempo do colonialismo já acabou.

      • Hahahahaaa… respeitar países de 3° mundo que nem sequer respeitam os próprios cidadãos e alguns, como a Rússia e China são ditaduras brutais!!
        Costuma dar bom resultado, como se tem visto ainda agora com a Rússia!…

      • Se não fosse o colonialismo directo ou indirecto, eles seriam uns países muito muito atrasados. Lá na Africa do Sul estão todos pelas ruas sem quase nada fazer e só se dedicam à criminalidade.

    • Taiwan, a seguir a Israel, é só o espaço aéreo (e não só) mais protegido do mundo!…
      Se fosse fácil, uma superpotência China não estaria à espera de aumentar o seu arsenal para atacar Taiwan…

  2. o mal é que temos uma organizaçao ONU que nada faz a estes países poderosos.
    fazem o que querem e ninguem tem coragem de os criticar ou chama-los à atençao.
    a china ha anos que manda no tibete e ninguem diz nada. agora quer mandar em taiwan e ninguem lhe diz nada
    a russia invadiu a crimeia e tomou conta dela e ninguem lhes disse nada. agora invadiu a ucrania, quer a ucrania debaixo das suas ordens e a unica coisa que fez foi uma visita onde o secretario (guterres) foi enxovalhado e ate teve direito a fogo de artificio (missil) que cai na zona onde ele fez a visita.
    as sançoes nada fazem pois quem perde é quem faz as sançoes
    por isso é que as grandes potencias fazem o que querem

  3. Os USA parece que estão mesmo à procura de uma guerra seja ela com a rússia ou com a China. Já se esqueceam que não vale a pena comprar guerras com povos asiáticos, que eles são suicidas.

    • E estão mesmo. Será que o sistema financeiro mundial está prestes a dar o estoiro, e querem uma guerra mundial para fazer um RESET ao sistema? É o que parece. Esquecem-se que uma guerra mundial nuclear não vai deixar sobreviventes…

    • A China é a maior ameaça aos povos asiáticos (incluíndo os próprios chineses!) e o seus vizinhos já comprovam isso todos os dias!…

  4. Os EUA não perdem o tique de império militar que quer ditar as suas regras para o mundo todo. Querem defender o atual sistema financeiro mundial e permitir que ele continue a explorar toda a civilização planetária e impor as suas regras e tirania.

  5. E Taiwan bem vai precisar… depois da Rússia o mundo vai ter muitos problemas com a China (por culpa do Ocidente -, tal como a Rússia ter chegado ao ponto de ameaçar toda a Europa é culpa principalmente da Alemanha).
    O pior é que a China além de não ser minimamente de fiar (Tibet, Hongkong, etc) tem dinheiro e terá poder militar ao nível de uma Rússia (ou mais) muito brevemente!…
    Os EUA e a UE continuam a mandar milhares de milhões todos os dias para a China e mais tarde ou mais cedo esse dinheiro será usado contra o mundo civilizado!!

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