Paleontólogos descobriram uma nova espécie de mamífero, com dentes peculiares, que viveu na Patagónia durante o período Cretáceo.
De acordo com a agência Europa Press, os fósseis foram encontrados em Cerro Guido, na província chilena de Ultima Esperanza, e correspondem a uma mandíbula com cinco dentes e um pequeno molar.
Os fósseis estavam em rochas da Formação Dorotea, que tem uma idade estimada entre 74 a 72 milhões de anos, ou seja, pertencem ao período do Cretáceo Superior, pode ler-se no comunicado do Instituto Antártico Chileno.
A nova espécie foi batizada de Orretherium tzen, que significa algo como “besta dos cinco dentes”. “Orre” significa “dentes” na língua tehuelche e “therium” é “besta” em grego, sendo uma terminação frequentemente usada nos vários géneros de mamíferos. Já “tzen” significa “cinco” no mesmo dialeto indígena, numa clara referência ao facto de o espécime ter preservado cinco dentes consecutivos na sua mandíbula.
Segundo a agência noticiosa espanhola, o fóssil indica que este animal tinha uma dentição mais simples do que a dos marsupiais e placentários e classifica-se como um mamífero meridiolestidano da família Mesungulatidae.
O paleontólogo Agustín Martinelli, um dos autores do estudo publicado a 7 de abril na revista científica Scientific Reports, considera que esta é uma descoberta muito importante, pois é “fundamental conhecer esta nova espécie mesozoica e extrapolar a informação que nos dá para outros mamíferos encontrados na Argentina e no resto de Gonduana”.
No final do Mesozoico, os ecossistemas terrestres eram muito diferentes dos atuais e os fósseis encontrados nas rochas desta área estão a revelar uma história fascinante, que terá decorrido pouco antes da grande extinção dos dinossauros e outros répteis.
Através destes registos, os investigadores podem estabelecer que os mamíferos habitaram este território e sobreviveram a essa grande extinção.
Há por aí tantas sem dentes e outras com dentes a mais!