Benfica-FC Porto: um exemplo de desportivismo

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João Paulo Trindade / SL Benfica

Benfica foi novamente campeão nacional de basquetebol. As cenas que se viram depois do apito final merecem aplausos.

O Benfica é novamente campeão nacional de basquetebol. Três jogos contra o FC Porto, três vitórias, numa final disputada à melhor de cinco duelos.

O último “clássico” disputou-se nesta segunda-feira, na Luz, onde a equipa da casa derrotou os portistas por 83-76.

Num duelo com diversas alternâncias na liderança, o FC Porto até começou melhor, ainda chegou ao fim do primeiro período a ganhar por 20-25, perdia ao intervalo por 41-36 e voltou a dar a volta no terceiro período (56-59).

No entanto, o Benfica foi mais forte no último período e venceu com alguma margem, com destaque para Thomas Drechsel, com 23 pontos; Tanner Omlid, jogador do FC Porto, marcou 24 pontos.

Foi o terceiro título consecutivo do Benfica na modalidade – e o último jogo de Fernando Rocha.

Quase 40 anos depois do início de carreira, o conceituado árbitro despediu-se dos pavilhões; e aí começaram as cenas pós-jogo dignas de aplausos.

O primeiro abraço do campeão José Barbosa foi precisamente ao árbitro, que logo se emocionou e começou a chorar. Miguel Maria (FC Porto) também abraçou o agora ex-árbitro.

O treinador derrotado, Fernando Sá, também se aproximou rapidamente de Fernando Rocha, num abraço sentido e prolongado. Norberto Alves, treinador campeão, fez o mesmo.

O desportivismo não se ficou por aí.

Mal acabou o jogo, os portistas cumprimentaram os campeões e vice-versa.

Fernando Sá, técnico do FC Porto, quando falou à RTP, dirigiu as suas primeiras palavras para o Benfica: “Primeiro, queria dar os parabéns ao Benfica. Penso que foi um justo vencedor“.

Mais tarde, quando os jogadores e treinadores do FC Porto estavam a receber as medalhas pela presença na final, muitos adeptos do Benfica ficaram a aplaudir os adversários.

Quando foi a vez de os campeões receberem as medalhas, todos os elementos do FC Porto continuaram no campo, em fila, à espera dos vencedores, e todos cumprimentaram-se novamente.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

2 Comments

  1. É raro, e não devia ser. O desporto devia ser uma área de convívio e não um campo de guerra. O estado degradante do nosso desporto deve-se sobretudo aos presidentes e diretores desportivos que estão constantemente a apontar os dedos aos outros; e também à comunicação social que só se preocupa com visualizações, e que para isso, só vira os holofotes às polémicas e só dá tempo de antena a personagens tóxicos.

  2. Realmente, há uma inversão daquilo que o desporto representa, muito por culpa de certos separatistas que, há anos, instigam ódio e agressão aos “inimigos” (que deveriam ser apenas adversários). A competição transformou-se em combate (guerra, nas palavras do tão “bajulado” mais titulado presidente de um certo clube)… O facto de estarmos a dar destaque a este (digno) comportamento, que deveria ser a norma e nunca exceção, é precisamente o problema do desporto em Portugal. E nisto, o ex-presidente do FCP tem muitas culpas, sempre com discurso inflamador e provocatório… Felizmente já não o é!

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