Rodrigo Antunes / Lusa
Jorge Mendes disse a Carlo Ancelotti que o Benfica só estava disposto a contratar Carlos Vinícius devido à sua relação com o clube.
As escutas da operação “Cartão Vermelho” revelam que Carlos Vinícius só foi contratado pelo Benfica em 2019 “devido à boa relação do seu agente, Jorge Mendes, com o clube da Luz”. É isso que o próprio empresário reivindica em várias escutas ouvidas pelo Correio da Manhã.
Em julho de 2019, o SL Benfica pagou 17 milhões de euros ao Nápoles pelo passe do avançado brasileiro. Apesar dos 24 golos e dez assistências na época de estreia, o jogador esteve emprestado ao Tottenham na época passada e este ano está no PSV.
Numa conversa telefónica com Carlo Ancelotti, o então treinador do Nápoles, a 17 de julho de 2019, três dias antes de o jogador ser oficializado, manifestou o seu desagrado com os entraves que o Nápoles estava a colocar ao negócio e salientou que só dois clubes podiam contratar Carlos Vinícius, por serem dirigidos por amigos.
Os dois clubes em causa eram o Wolverhampton e o Benfica. A primeira opção era para ser os ingleses, mas o brasileiro não conseguiu a licença de trabalho necessária.
Na conversa entre Jorge Mendes e Carlo Ancelotti, o agente português disse que tinha dois clubes que podiam comprar Carlos Vinícius, porque “são amigos meus, senão ninguém o compra, é impossível”.
Carlos Vinícius acabou por nunca jogar ao serviço do Nápoles. Contratado ao Real Sport Clube, em 2018, por 4 milhões de euros, o jogador foi imediatamente emprestado ao Rio Ave e, na época seguinte, ao Mónaco — dois clubes do “carrossel” de Jorge Mendes.
As negociações da transferência de Vinícius para a Luz foram complicadas. O número de tranches relativas ao pagamento dos 17 milhões gerou discussão, assim como o salário do jogador. Na altura, o então presidente benfiquista Luís Filipe Vieira “não queria pagar” o salário de 1 milhão de euros líquidos por ano.
