Bebés criados em laboratório podem chegar mais cedo do que pensa

Uma equipa de cientistas fez uma descoberta inovadora que poderá abrir caminho a bebés cultivados em laboratório já daqui a cinco anos.

Katsuhiko Hayashi, da Universidade de Kyushu, no Japão, conseguiu transformar células da pele de ratos machos em células estaminais pluripotentes, que têm a capacidade de se desenvolver em vários tipos de células ou tecidos.

Ao aplicar um fármaco a estas células estaminais, Hayashi e a sua equipa conseguiram convertê-las em células femininas, produzindo assim óvulos viáveis. Estes óvulos foram depois fertilizados, resultando no nascimento de ratinhos machos saudáveis. Este feito marca o primeiro caso de criação de ovócitos de mamíferos a partir de células masculinas.

Se este processo puder ser replicado em seres humanos, abre a porta a casais do mesmo sexo explorarem opções de fertilidade, escreve o site Unilad.

Embora Hayashi preveja que o processo possa ser aplicado em seres humanos nos próximos cinco anos, reconhece que serão necessários mais 10 a 20 anos para garantir a sua segurança e eficácia.

Investigadores como Jeanne Loring, do Instituto de Investigação Scripps, e Henry Greely, da Universidade de Stanford, apresentam diferentes cronologias para a concretização de bebés cultivados em laboratório. Loring sugere que talvez ainda faltem alguns anos, enquanto Greely estima que será necessária uma década para produzir esses bebés e mais duas décadas para garantir a sua segurança.

Apesar dos notáveis progressos, as considerações éticas e jurídicas continuam a ser uma preocupação. Em causa está a utilização indevida desta tecnologia, assim como a utilização não autorizada do ADN de alguém.

A disponibilidade da sociedade para adotar este conceito também permanece incerta. A perspetiva da ectogénese, o processo de gestação artificial no útero, levanta questões profundas sobre a natureza da reprodução e a definição de paternidade.

ZAP //

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