O grupo químico e farmacêutico alemão Bayer prepara-se para enfrentar 18.400 processos judiciais apresentados nos Estados Unidos contra o herbicida com glifosato da filial Monsanto.
Até final de abril, 13.400 processos já tinham sido apresentados, indicou o grupo, sublinhando que o número agora atualizado de pedidos se refere a 11 de julho.
A Bayer foi já condenada três vezes a indemnizar requerentes californianos doentes com cancro, mas os montantes foram fortemente reduzidos no segundo exame dos casos por um juiz de 289 milhões de dólares (cerca de 260 milhões de euros) para 78 milhões, de 80 milhões para 25 milhões e de mais de dois mil milhões para 69,3 milhões de dólares, respetivamente.
O grupo indicou que pretende recorrer para contestar o princípio da responsabilidade, sublinhando, há meses, que nenhum regulador do mundo concluiu que o glifosato era perigoso, desde que foi introduzido no mercado em meados dos anos 1970.
O inventor alemão da aspirina fez, no ano passado, a maior aposta da história ao adquirir a Monsanto por 63 mil milhões de dólares, recorrendo cada vez mais à química para alimentar um planeta cada vez mais povoado e perturbado pelo aquecimento climático.
Ainda em março, a Bayer foi condenada por um júri norte-americano a pagar uma indemnização de 80 milhões de dólares (71 milhões de euros) a um homem que diz ter contraído cancro por utilizar um dos herbicidas produzidos pela empresa.
O produto é o Roundup — um herbicida com base de glifosato — e, segundo o júri, é a causa do linfoma não-Hodgkins diagnosticado a Edwin Hardeman.
“Este veredito não altera o peso de mais de quatro décadas de ciência exaustiva e das conclusões dos reguladores de todo o mundo, que atestam a segurança dos nossos herbicidas com base de glifosato e garantem que os mesmos não são carcinogénicos”, lia-se na reação da Bayer.
ZAP // Lusa