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Quando batem, as asas do beija-flor fazem um som característico. Os cientistas já sabem porquê

Com a ajuda de 12 câmaras de alta velocidade, seis placas de pressão e 2.176 microfones, uma equipa de cientistas descobriu que, quando batem, as asas emplumadas suaves e complexas do beija-flor produzem som de uma forma muito semelhante às asas mais simples dos insetos.

Uma equipa de investigadores da Universidade de Tecnologia de Eindhoven, da Universidade de Stanford e a empresa Sorama observaram meticulosamente beija-flores com a ajuda de uma dúzia de câmaras de alta velocidade, meia dúzia de placas de pressão e 2.176 microfones para medir a origem do som.

De acordo com o Phys, os engenheiros conseguiram medir a origem precisa do som do bater das asas do pássaro e descobriram, assim, que se origina face à diferença de pressão entre a parte superior e a parte inferior das asas, que muda tanto em magnitude quanto em orientação conforme as asas batem para a frente e para trás.

As diferenças de pressão são essenciais, uma vez que fornecem a força aerodinâmica líquida que permite ao beija-flor levantar voo e pairar.

Ao contrário das asas de outras espécies de pássaros, a asa de um beija-flor gera uma forte força aerodinâmica ascendente durante o movimento da asa para baixo e para cima, ou seja, duas vezes por batida de asa.

Considerando que ambas as diferenças de pressão – quer devido à força de sustentação, quer ao arrasto – contribuem para o som, os especialistas explicam que a diferença de pressão de elevação da asa é a principal fonte do zumbido.

David Lentink, investigador da Universidade de Stanford e autor do artigo científico publicado no dia 16 de março na eLife, disse que as conclusões do estudo explicam por que motivo as criaturas aladas fazem barulhos diferentes.

“A maioria dos pássaros é relativamente silenciosa porque geram a maior parte da sustentação apenas uma vez durante o bater de asas [na descida]”, disse o investigador.

“O som distinto do beija-flor é agradável devido aos ‘tons’ criados pelas forças aerodinâmicas variáveis ​​na asa. Uma asa de beija-flor é semelhante a um instrumento afinado”, acrescentou.

A recente descoberta pode ser útil na fabricação de aviões, drones, ventiladores de computador e até aspiradores mais silenciosos.

“Tornamos o som visível para criar aparelhos mais silenciosos. A poluição sonora está a tornar-se um problema cada vez maior. E, sozinho, um decibelímetro não resolve o problema”, rematou Rick Scholte, da Sorama.

Liliana Malainho, ZAP //

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