Só são conhecidos dois corpos da Batalha de Waterloo. Um sótão poeirento mudou isso

Bernard Wilkin / Institut du Patrimoine

Até então, só dois corpos da Batalha de Waterloo tinham sido encontrados. Os historiadores não imaginavam que um homem tinha ossos de soldados prussianos no seu sótão.

A Batalha de Waterloo colocou frente-a-frente o exército francês de Napoleão Bonaparte e os exércitos da Sétima Coligação, que incluíam uma força britânica e uma força prussiana. Napoleão saiu derrotado e a batalha marcou o fim da sua liderança.

Estima-se que mais de 10 mil homens morreram na batalha, embora só dois corpos de soldados tenham sido encontrados até hoje. Historiadores acreditam que isto se deva ao facto de vários corpos terem sido, mais tarde, desenterrados por agricultores e vendidos para a indústria do açúcar.

Os ossos eram usados como uma espécie de carvão na purificação do açúcar. Foi precisamente isto que Bernard Wilkin, investigador do Arquivo Nacional da Bélgica, explicava numa palestra em Waterloo, quando foi abordado por um homem.

“Este homem velho veio até mim e disse ‘Dr. Wilkin, tenho ossos desses prussianos no meu sótão'”, revelou à CNN. O homem, cuja identidade foi mantida sob anonimato, mostrou fotografias dos ossos a Wilkin e convidou-o para ir até sua casa, perto do campo de batalha onde os exércitos se defrontaram, em Plancenoit.

O homem teria os ossos no sótão de sua casa desde os anos 80. Na altura, ele geria um “pequeno museu privado” e os ossos foram-lhe dados por um amigo que os encontrara alguns anos antes.

“De repente, ele decidiu que estava velho e poderia falecer nos próximos anos e ficou com medo do que aconteceria aos ossos”, explica Wilkin, confessando que sentiu um isto de “surpresa e emoção” quando viu os ossos.

As primeiras análises revelaram que os restos mortais pertenciam a pelo menos quatro soldados. Botões encontrados junto dos ossos, assim como o local em que foram encontrados, sugerem que alguns dos mortos eram soldados prussianos.

“Ele deu-me todas as caixas para estudar. Um dos seus pedidos foi para enterrá-los de forma digna”, salientou o investigador. Até lá, os cientistas esperam recolher o ADN para possivelmente identificar os soldados e eventualmente fazer reconstruções faciais em 3D. Há uma probabilidade de 20 a 30% de conseguirem recolher o ADN.

Daniel Costa, ZAP //

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