Bastonário dos médicos alerta para baixa fiabilidade dos autotestes

José Coelho / Lusa

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães

Bastonário dos médicos aponta o dedo ao Governo pelo “queda brutal” do processo de vacinação, o que, no entender do próprio, terá contribuído para a situação atual.

Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, alertou para a ineficácia dos autotestes à covid-19, sublinhando a importância de testagem ser feita por profissionais habilitados, sob pena de se gastar dinheiro inutilmente”.

“Atenção que os autotestes… a fiabilidade é muito baixa. Os testes de antigénio rápido, sim [os autotestes são igualmente de antigénio rápido], mas feitos por quem sabe fazer, que é para eles serem, de facto, fiáveis, porque senão estamos a fazer de conta que estamos a fazer testes e os testes não servem para nada e estão a gastar dinheiro inutilmente“, destacou.

Em linha com as notícias avançadas hoje por alguns órgãos de comunicação social, o bastonário também pediu a redução da validade dos testes antigénio, os quais, defende, devem ser feitos num prazo máximo de 24 horas antes do acontecimento que motivou a sua realização, isto à luz das informações já conhecidas sobre a variante Ómicron e que enfatizam a sua transmissibilidade.

“A recomendação devia passar também por aí. Não é 72 horas antes, ou 48. Fazer uma recomendação para as pessoas fazerem o teste nas 24 horas anteriores acho que era importante“, vincou.

Sobre a questão da falta de testes em Portugal, Miguel Guimarães diz que esta se deve porque não houve encomendas “atempadamente“. ” Vamos ter de aumentar a disponibilidade. Esta disponibilidade pode ser aumentada para vários locais, e até pode ser aumentada, eventualmente, para outro tipo de centros, que possam também fazer testes, para além das farmácias”. As farmácias são, ainda assim e no seu entender, “a arma principal” para a realização dos testes, já que “existem em todo o lugar” e “ficam perto das pessoas”.

O aumento de quatro para seis testes à covid-19 mensais gratuitos, no entendimento do bastonário, pode ser pouco, pelo que defende que “o Governo devia comparticipar os testes todos que fossem necessários fazer neste momento”.

Relativamente ao atual momento pandémico e à vertiginosa subida de casos que o país registou ontem, o bastonário da Ordem dos Médicos aponta o dedo ao Governo por ignorar os sinais de alerta, nomeadamente com a “queda brutal em termos de velocidade” do processo de vacinação. Miguel Guimarães, em entrevista à Lusa, lembrou que há um mês alertou para a necessidade de “acelerar o processo de vacinação, porque o processo de vacinação, porque o processo de vacinação, basicamente, estava parado“.

ZAP // LUSA

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