Barracão agrícola transformado em lar clandestino tinha duas casas de banho para 27 idosos

Um barracão agrícola transformado em lar clandestino, nas Lagameças, em Palmela, no distrito de Setúbal, tinha somente duas casas de banho para 27 idosos.

De acordo com o Público, a estrutura foi sujeita a obras para dividir o espaço em quartos, cozinha e casas de banho. Os idosos, com idades compreendidas entre os 70 e os 90 anos, tinham muito pouca assistência nas instalações, que foram encerradas na quinta-feira pelas autoridades.

A investigação sobre o lar clandestino começou há cerca de um mês, quando deu entrada no departamento de Investigação Criminal de Setúbal uma denúncia que dava conta da existência de maus-tratos contra idosos no local. A equipa responsável ainda não determinou a data de início da atividade nas referidas instalações.

Nos quartos, viviam quatro a cinco idosos, alguns acamados. Além da pobreza dos cuidados e fraca alimentação, os utentes não tinham qualquer tipo de atividades. Também não havia televisões no local. As famílias dos utentes pagavam centenas de euros de mensalidade.

A Polícia Judiciária de Setúbal informou, numa nota enviada à imprensa, que “no decurso das diligências foi possível verificar que as instalações onde funciona o referido lar, se tratam de edifícios vocacionados para a atividade agrícola e que nada tem a ver com o funcionamento de um lar”.

Segundo mesmo jornal, apesar de um médico passar pelo lar ocasionalmente, nas buscas de quinta-feira as autoridades determinaram que cinco dos idosos precisavam de ser encaminhados para o hospital. Estes foram transferidos para o Hospital de São Bernardo. Os outros 22 ficaram ao cuidado das famílias ou de outras instituições.

Embora as autoridades não tenham detetado situações de violência física, as pecárias condições em que viviam os idosos configuram o crime de mais tratos, pelo qual são visados vários arguidos.

A operação foi levada a cabo pela Polícia Judiciária de Setúbal, com a colaboração da Segurança Social, da Autoridade de segurança Alimentar e Económica (ASAE) e do delegado de saúde.

ZAP //

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