Barcelona foi palco de um concerto, este sábado, que serviu para afinar os protocolos de segurança e poder, assim, retirar os festivais de música e as salas de concerto da hibernação causada pela pandemia.
De acordo com o jornal espanhol ABC, mais de mil voluntários aceitaram participar nesta experiência que decorreu, este sábado, na mítica Sala Apolo, em Barcelona, e que foi promovida pelo festival Primavera Sound, pela Fundação Luta contra a SIDA e pelo Hospital Universitário Germans Trias i Pujol.
Antes de entrarem na sala de concertos, onde puderam estar sem qualquer distanciamento social e onde tiveram total liberdade para dançar, embora sujeitos ao uso de máscara, todos os participantes foram submetidos a testes rápidos.
“De manhã fui chamado para fazer um teste rápido e um teste PCR. Depois, à tarde, disseram-me por mensagem se podia entrar na sala, ou se era do grupo de controlo”, explicou Manel, um dos participantes do concerto, ao jornal.
A ideia foi comparar eventuais contágios do novo coronavírus entre os participantes do concerto, que tiveram de testar negativo, e os que ficaram de fora. Embora não se saiba se os resultados serão divulgados, o evento gera esperança no setor da música ao vivo e da vida noturna.
“A minha esperança era dupla, por um lado regressar à Apolo, por outro participar num projeto de investigação científica, penso que esta era outra forma de ajudar. Não vou cumprir uma, mas vou cumprir a segunda”, acrescentou este participante que, por fim, acabou por integrar o grupo de controlo.
Tal como Manel, muitos participantes reconheceram ter participado no evento para matar as saudades de um bom concerto ao vivo. Outros interessaram-se pela iniciativa ao saber que quem passasse por todas as provas do estudo receberia um bilhete para o Primavera Sound do próximo ano.
“Gosto muito de música eletrónica, e pareceu-me bem a ideia de se tentar organizar eventos mais seguros. Penso que, se derem esta opção, as pessoas vão concordar em fazer testes para entrar em festivais e concertos como este”, destacou Alberto, outro participante.
Em agosto deste ano, o concerto de uma estrela pop na Alemanha também serviu para ajudar os cientistas a perceber como é que a covid-19 se espalha entre grandes ajuntamentos de pessoas.