O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, defendeu esta quinta-feira que os países das Nações Unidas devem escolher uma mulher para o suceder no cargo, cujo mandato termina no final de 2016.
“Acredito que é altura de os Estados-membros discutirem e considerarem esta aspiração”, disse Ban Ki-Moon em referência a repetidos apelos para que seja uma mulher a liderar as Nações Unidas.
O diplomata sul-coreano recordou que os oito secretários-gerais da ONU foram todos homens e defendeu que há muitas mulheres “qualificadas, com experiência e comprometidas”, que podem desempenhar bem a função.
A ideia de uma mulher a dirigir a ONU já foi defendida em anteriores processos de seleção, mas tem ganho peso apenas nos últimos meses.
Países como a Colômbia têm impulsionado campanhas para que a Ban Ki-Moon suceda uma secretária-geral, tal como a imprensa internacional, incluindo o jornal norte-americano New York Times, num editorial publicado o mês passado.
Segundo a tradicional rotação por regiões, a Ban Ki-Moon deverá suceder uma pessoa proveniente dos países da Europa de Leste, tendo sido apontado o nome de Irina Bokova, antiga ministra dos Negócios Estrangeiros da Bulgária e atual diretora-geral da UNESCO.
O nome do ex-primeiro-ministro António Guterres, atual Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, tem sido apontado como possível candidato ao cargo de secretário-geral da ONU, mas remeteu para mais tarde o anúncio de uma decisão sobre a matéria.
“Sobre essas matérias, a seu tempo se verá o que faz sentido”, respondeu o antigo primeiro-ministro, a uma pergunta da Rádio Renascença sobre se mantém a expectativa de uma candidatura a secretário-geral das Nações Unidas, no final do ano.
O processo de seleção do próximo secretário-geral da ONU promete ser mais transparente que nunca, depois de na semana passada a Assembleia-Geral da ONU aprovar uma resolução que estabelece que os candidatos podem ser entrevistados por aquele órgão.
No passado, o processo estava marcado por discussões à porta fechada entre os membros do Conselho de Segurança, que depois de chegarem a acordo davam o nome à Assembleia-geral da ONU para aprovação.
/Lusa