Já sabemos como é que as baleias comem sem se engasgarem com água

Uma aba de músculo e gordura bloqueia a entrada de água entre a boca e a faringe, o que evita que as baleias de engasguem.

São animais enormes e, naturalmente, precisam também de enormes quantidades de comida. As baleias alimentam-se abrindo a boca e recolhendo tudo o que lhes aparecer à frente, expelindo depois a água da bolsa da garganta e prendendo os pequenos peixes e krill que comem, nota a Smithsonian Mag.

No entanto, sabendo que as baleias são mamíferos que precisam de vir à superfície respirar, surge uma questão – como é que conseguem comer sem se engasgarem com água?

De acordo com um novo estudo publicado na Current Biology, esta capacidade deve-se a uma aba única de músculo e gordura que existe no fundo das bocas das baleias. Esta estrutura bulbosa nunca tinha sido descoberta em qualquer animal e os investigadores acreditam que todas as baleias que se alimentam desta forma a têm.

“Temos muito conhecimento sobre todo esse processo mecânico de alimentação e engole de toda aquela comida, e é practicamente aí que todo o conhecimento acaba. Não sabemos o que se passa na garganta“, revela Kelsey Gil, bióloga marinha e autora do estudo.

No estudo, a equipa examinou as gargantas de 19 baleias mortas e analisou com detalhe a anatomia da garganta, dissecando cuidadosamente para perceber como as várias partes de mexem. Foi assim que foi descoberto um pedaço enorme de tecido, com 20 centímetros, que bloqueia o caminho da comida do esófago até ao estômago.

Quando as baleias abrem a boca para comer, esta camada bloqueia o canal entre a boca e a faringe, não permitindo a entrada de água. Esta aba é semelhante à úvula dos humanos, que é empurrada para trás quando engolimos para evitar que a comida ou os fluídos entrem no espaço atrás do nariz.

“Quanto mais entendemos sobre como desenvolveram estes meios de alimentação de grandes quantidades e serem tão eficientes enquanto forrageadoras, mais percebemos sobre as suas capacidades e sobre como funcionam enquanto parte dos ecossistemas marinhos”, revela Ari Friedlaender, que estuda a alimentação das aleias na Universidade da Califórnia e não esteve envolvido no estudo.

ZAP //

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