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Após quase terem sido extintas, baleias azuis estão a voltar à Geórgia do Sul

A baleia azul regressou às águas em torno da ilha Geórgia do Sul, quase um século depois de este animal ter sido quase extinto pela caça industrial.

A remota ilha Geórgia do Sul, perto da Antártida, era conhecida por ser um centro industrial de caça à baleia, até esta ser proibida na década de 60. Agora, conta o site IFLScience, cientistas analisaram 30 anos de avistamentos, gravações e fotografias para perceber como é que a população de baleias azuis se estava a dar com esta mudança.

Os resultados da investigação são animadores. Entre 1998 e 2018, só tinha sido avistada uma única baleia azul. Nestes últimos dois anos, porém, estes enormes mamíferos marinhos parecem mesmo ter voltado.

Só em fevereiro deste ano, uma pesquisa registou um total de 58 espécimes, bem como uma abundância de deteções acústicas (estas baleias emitem sons de alta frequência que podem ser captados mesmo a longas distâncias e com más condições atmosféricas).

De acordo com o estudo publicado, a 19 de novembro, na revista científica Endangered Species Research, mais de 42 mil baleias azuis foram mortas em torno da Geórgia do Sul, entre 1904 e 1971, a maioria antes de meados dos anos 30.

“No início dos anos 1900, as águas da Geórgia do Sul estavam repletas de baleias azuis. Em pouco mais de 30 anos, quase desapareceram”, escreveram os autores do estudo.

“Não sabemos bem porque é que as baleias azuis demoraram tanto a voltar. Pode ser pelo facto de tantas terem sido mortas na Geórgia do Sul, que houve uma perda de memória cultural na população de que esta era uma boa área para forrageamento e que só agora está a ser redescoberta”, disse, em comunicado, a autora principal do estudo, Susannah Calderan, da Associação Escocesa de Ciências Marinhas (SAMS).

“Nos últimos anos, temos trabalhado na Geórgia do Sul e ficámos bastante otimistas com o número de baleias azuis vistas e ouvidas à volta da ilha, o que não acontecia até há bem pouco tempo. Este ano foi particularmente emocionante, com mais avistamentos de baleias azuis do que poderíamos esperar”, acrescentou.

ZAP //

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