Bailarina tem familiares ucranianos e denunciou a guerra na sua conta do Telegram.
Olga Smirnova, bailarina russa e uma das estrelas do Bolshoi, anunciou que irá deixar a companhia de teatro a que pertencia, em Moscovo, para se juntar ao Ballet Nacional dos Países Baixos. A decisão surge depois de a bailarina russa ter condenado publicamente a invasão à Ucrânia, um posicionamento que lhe poderia causar constrangimentos e até ameaças à sua integridade física.
“Devo ser honesta e dizer que sou contra a guerra com toda a minha alma. Nunca acreditei que pudesse vir a ter vergonha da Rússia, mas hoje sinto que há um antes e um depois”, escreveu na rede social Smirnova e citada pelo Público. “Não estamos, talvez, no epicentro do conflito militar, mas não podemos ficar indiferentes a esta catástrofe mundial.”
A decisão da russa segue o exemplo de outros bailarinos estrangeiros que, no contexto da guerra na Ucrânia, optaram por abandonar a Rússia e suspender as relações contratuais com teatros e companhias daquele país. O caso de Smirnova tem especial peso não só por ser cidadã russa, mas também por ter familiares ucranianos.
Olga Smirnova foi recrutada pelo Bolshoi em 2011, quando lhe foi oferecida a posição de solista. Cinco anos mais tarde, em 2016, subiu ao posto de primeira bailarina, tendo como tutora, até 2018, Marina Kondratieva.
Ainda segundo o jornal Público, a bailarina vai encontrar em Amesterdão o brasileiro Victor Caixeta, que abandonou a posição de segundo solista que ocupava no Mariinsky Ballet de São Petersburgo para se juntar ao Ballet Nacional dos Países Baixos.