Esta bactéria, que já foi capaz de comer um prego em apenas três dias, pode vir a ser uma ajuda na limpeza dos resíduos da indústria de mineração.
A cientista chilena Nadac Reales começou a trabalhar com esta bactéria, chamada Leptospirillum, depois de a ter encontrado nos Géiseres de Tatio, nos Andes, conta a revista Newsweek.
Inicialmente, este microrganismo, que vive em condições altamente ácidas, demorava dois meses para comer um prego. No entanto, à medida que começaram a passar fome, as gerações seguintes conseguiram evoluir para se alimentar melhor.
Como resultado, após dois anos de experiências, a velocidade com que esta bactéria podia consumir um único prego aumentou significativamente, chegando a conseguir fazê-lo em apenas três dias.
Segundo a mesma publicação, Reale descobriu não só que a Leptospirillum tem uma notável capacidade de desintegrar metais, como também que não causa danos ao ambiente ou aos seres humanos.
Outra importante descoberta é que o subproduto que estes microorganismos deixam quando consomem metal pode ser usado para recuperar o cobre num processo chamado hidrometalurgia. Ou seja, isto significa que, além de ajudarem a limpar os resíduos da mineração, podem também fornecer um ingrediente importante para uma mineração de cobre mais amiga do ambiente.
O projeto está a ser desenvolvido pela empresa da investigadora chilena, a Rudanac Biotec, mas a mesma destaca que os novos testes também irão exigir mais investimento. Conseguida essa parte, a equipa espera descobrir se esta bactéria consegue, por exemplo, “comer uma viga de tamanho médio”.