Bacalhau está a esgotar-se no Atlântico. Captura pode ficar limitada

O bacalhau é o caso mais extremo de esgotamento entre as espécies estudadas pela Oceana no Atlântico Nordeste. A organização pede que a captura seja limitada em 2023.

O mais recente relatório da Oceana — a maior organização internacional dedicada à conservação dos oceanos —, divulgado esta sexta-feira, revela que o bacalhau é o caso mais extremo de esgotamento entre as 12 espécies estudadas em 25 populações espalhadas pelo Atlântico Nordeste.

“Os países europeus comprometeram-se a restaurar e manter as populações de espécies de peixes comerciais acima dos níveis sustentáveis. No entanto, apesar de alguns progressos realizados nos últimos anos, o estado de algumas unidades populacionais de peixes continua em estado crítico”, lê-se no relatório.

“O caso mais extremo é o do bacalhau, com o maior número de stocks esgotados (nove) em toda a região”, alerta a Oceana.

De acordo com o Expresso, a área mencionada, do Atlântico Nordeste, vai do Mar de Barents até águas ibéricas, passando pelo mar a Oeste da Escócia e o Báltico.

No Mar Céltico, a população de bacalhau está a 21% dos objetivos de abundância e sete dos dez stocks mais depauperados no Atlântico Nordeste encontram-se em águas britânicas, acrescenta o semanário.

Espécies de anchova, red fish, enguia, cavala e lagosta estão entre as que estão perto de esgotamento no Atlântico Nordeste.

“Nenhuma das nove populações de bacalhau em águas europeias está em bom estado, o que obriga a importar bacalhau de outras áreas, como as geridas pela Noruega e Islândia, que estão em bom estado, mas também da Rússia, um país conhecido por não respeitar as regras de pesca”, diz ao Expresso a diretora de políticas e comunicação da Oceana na Europa, Vera Coelho.

A Oceana apela à União Europeia e ao Reino Unido que adotem “limites de captura para 2023”, de forma a trazer as populações de a níveis sustentáveis.

ZAP //

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