Cinco jogos, quatro vitórias, um empate, 13 golos marcados, quatro sofridos e 13 pontos somados. Assim vão as contas lusas no Grupo A de apuramento rumo à fase final do Mundial 2022.
Na tarde desta terça-feira, os comandados de Fernando Santos exibiram-se a um bom plano em Baku, chegaram a entusiasmar – como há muito não faziam – e não deram quaisquer hipóteses ao Azerbaijão. O triunfo (0-3) apenas pecou por escasso tal foram as ocasiões desperdiçadas pela turma nacional. Bernardo, André, a sociedade dos “Silva” e Diogo Jota foram os marcadores de serviço.
Festival ofensivo apenas pecou na eficácia
Portugal demorou a carburar, mas quando o fez foi mortífero e chegou ao final da primeira metade com uma vantagem de dois tentos. Bernardo Silva assinou um golaço de calcanhar (passe de Bruno Fernandes) e André Silva (abertura de Bruno Fernandes e último passe de Diogo Jota), cinco minutos volvidos, voltou a demonstrar dotes de matador quando ampliou o “score”.
As duas jogadas tiveram como artífice Bruno Fernandes, que no 1x4x3x3 desenhado por Fernando Santos surgiu mais afoito com as costas cobertas por Palhinha e Moutinho e foi soltando o génio que encanta Manchester há mais de um ano e meio.
A turma das “quinas” foi agressiva na reacção à perda da bola e foi após os golos acumulando diversas oportunidades para dilatar o marcador. A rever, as duas desatenções colectivas que iam valendo a festa azeri aos 28 e 44 minutos. Ao intervalo, o MVP do jogo era Bernardo Silva com um rating de 7.7.
Já com Rúben Neves na vaga do amarelado João Palhinha, Portugal tentou fechar as contas do duelo cedo, tal a facilidade com que chegava aos últimos 30 metros e conseguia colocar diversos elementos nas zonas de finalização, mas foi adiando o tão desejado golo, ora por ineficácia, ora por mérito do guarda-redes Magomedaliyev. A 15 minutos dos 90, Diogo Jota finalmente acertou com as coordenadas do alvo e dissipou a poucas dúvidas que pudessem existir relativamente ao vencedor do encontro. Mesmo sem o castigado CR7, o jogo colectivo imperou e os comandados de Fernando Santos terminaram com a série de cinco partidas consecutivas a sofrer golos.
O Melhor em Campo
Bruno Fernandes estava a precisar de exibir-se a este nível com as cores da Selecção Nacional. Sempre concentrado e dinâmico, surgiu em toda a largura do terreno de jogo, municiou os principais lances do ataque nacional, é certo que não marcou, mas nem isso precisou para rubricar uma “performance” sólida que lhe valeu o título de MVP com um GoalPoint Rating de 8.6.
Feitas as contas, o médio realizou três remates, dois dos quais enquadrados, uma assistência, duas ocasiões flagrantes criadas, cinco passes para finalização, 11 passes valiosos (máximo na partida), 12 passes aproximativos, 12 passes aproximativos recebidos, 110 acções com a bola, dez recuperações da posse e quatro acções defensivas no meio-campo contrário.
Destaques do Azerbaijão
Badalov 6.4 – Acertou cinco passes longos (em oito), oito aproximativos, tendo ainda feito quatro desarmes, seis alívios e bloqueado três remates lusos.
Magomedaliyev 5.5 – Aos 56 minutos deteve um “míssil” de Bruno Fernandes, aos 64 esteve imperial ao defender dois remates consecutivos de Diogo Jota. Foi um dos principais responsáveis para que o “score” final não fosse ainda mais dilatado.
Destaques de Portugal
Bernardo Silva 8.2 – Que pintura! A forma como finalizou o lance do primeiro golo ficará na retina. Além disso, criou dois passes para finalização, recebeu dez passes aproximativos, fez dois remates, contabilizou seis acções com a bola na área adversária, acertou três dos cinco dribles tentados e não fossem os três desarmes sofridos e teria ainda uma melhor nota.
Diogo Jota 7.6 – Perdulário, tanto falhou (uma ocasião flagrante desperdiçada e cinco remates) que acabou por redimir-se com aquele que foi o quarto golo (todos de cabeça) nesta fase de qualificação. A realçar, ainda, os seis passes valiosos orquestrados e as nove acções com a bola (máximo no duelo) na área azeri.
João Cancelo 7.4 – A forma deliciosa como assistiu Diogo Jota para o 0-3 sintetiza na perfeição uma exibição brilhante e criativa. O “baile” que deu aos 16 minutos aguçou o apetite do lateral-direito, que oferece diversas soluções a Portugal, dando largura ou participando na construção dos ataques em zonas interiores. Ao todo acumulou dois passes para finalização, quatro passes valiosos, sete aproximativos, três variações de flanco, falhou apenas dois dribles em oito e acumulou 122 acções com a bola, marca que mais ninguém atingiu.
André Silva 6.9 – Marcou um golo à ponta-de-lança e voltou a responder presente. Além do “tento”, fez três passes para finalização, oito valiosos e recuperou 11 passes aproximativos.
Rúben Dias 6.9 – Importante na primeira fase de construção (seis variações de flanco, sete passes aproximativos e três conduções aproximativos), foi o bombeiro de serviço quando impediu o golo azeri em cima do intervalo.
João Moutinho 6.0 – Qual formiguinha, esteve incansável e foi importante na forma como ajudou Portugal a manter o equilíbrio na zona central. Destaque para os cinco passes valiosos feitos, sete aproximativos e as nove vezes em que recuperou a posse.
Rúben Neves 5.9 – Nos 48′ em que actuou, esteve bem no capítulo do passe (eficácia de 90%), registou cinco recuperações de bola e três acções defensivas no meio-campo adversário.
Nuno Mendes 5.8 – Nos 21′ em que jogou, viu um amarelo (três faltas cometidas), fez um passe precipitado, valendo na ocasião que o ataque azeri estava em fora-de-jogo. Foi a tempo de realizar três cruzamentos e três conduções super aproximativas.
Pepe 5.7 – Não teve muito trabalho face à quase inoperância do ataque dos anfitriões. Recuperou a posse cinco vezes, registou dois alívios e três acções com a bola na área contrária.
João Palhinha 5.7 – Actuou apenas durante a primeira parte e foi “traído” pelo amarelo madrugador que levou logo aos 15′. Falhou dois passes dos 22 feitos (91% de eficácia), duas acções defensivas no meio-campo adversário e sofreu três faltas.
Resumo
// GoalPoint