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Augusto Inácio esteve retido nas instalações do Zamalek e teve que recorrer à embaixada portuguesa

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José Sena Goulão / Lusa

Augusto Inácio

O treinador português esteve impedido de sair das instalações do Zamalek, no Egito, por seguranças do clube, tendo sido obrigado a pedir auxílio à representação portuguesa no Cairo – que interveio prontamente. No final, ficou a garantia do português de que vai rescindir e sair do emblema egípcio.

Augusto Inácio, antigo treinador do Sporting CP e Moreirense, esteve retido nas instalações do Zamalek, impedido de sair por seguranças do clube egípcio, numa situação de tensão que obrigou à intervenção da embaixada portuguesa.

“As pessoas da embaixada deram-me prontamente o seu apoio. A partir do momento em que entraram ficou tudo serenado”, contou o treinador português à SIC Notícias.

Ao MaisFutebol, durante a tarde, Inácio contou que estava em Alexandria, quando o presidente Mortada Mansour lhe terá pedido para regressar ao Cairo para ter uma reunião com ele. “Eu viajei ontem, entretanto o presidente mandou dizer que já era tarde e a reunião ficava para hoje. Tudo bem”, disse o português.

Esta quarta-feira, explicou Augusto Inácio, “apresentei-me nas instalações do clube e recordei que havia um treino marcado para a tarde em Alexandria. Portanto exigi um papel a confirmar que estava autorizado a faltar ao treino para estar nesta reunião, porque não queria ser acusado de faltar ao trabalho e dar uma razão ao clube para rescindir unilateralmente”.

As coisas começaram a aquecer quando disseram ao técnico que Mortada Mansour estava a chegar às instalações e que tal documento não seria necessário. “O tempo passou, o presidente não chegava e eu disse que me ia embora, que não ia faltar ao treino”, salientou Inácio. “Eu percebi que eles estavam a ganhar tempo para que eu faltasse ao treino”, disse o ténico à SIC Notícias.

Não me deixaram sair e não me deixam sair. Por isso contactei a Embaixada Portuguesa no Cairo”. Nesse momento as autoridades portuguesas intervieram, serenando os ânimos, permitindo a realização da reunião e a saída do técnico das instalações do clube.

É impossível continuar nestes termos. Não é algo inesperado, mas eu esperava continuar mais tempo”, disse Inácio em direto ao canal noticioso da SIC.

“Não havia ambição, não havia nada. E não era um, dois casos. Eram cinco ou seis”, explicou o técnico, exemplificando que “em dois anos e meio, o clube teve 18 treinadores“. “Nos últimos quatro meses teve 3 diretores desportivos, 3 elementos da equipa médica, fora outros diretores. Dá para perceber que em quatro meses dá para fazer um filme”, acrescentou Inácio.

Questionado sobre se pondera voltar ao futebol egípcio, Augusto Inácio disse que não ia “confundir esta pessoa com as outras todas”, assumindo que naquele país “há uma mentalidade completamente diferente; há uma organização completamente diferente, mas não posso comparar este caso com outras pessoas”.

“Por exemplo, o Al-ahli é muito mais organizado e é por isso que é campeão quase todos os anos”, finalizou o técnico.

O clima de tensão no seio do clube egípcio tem escalado, tendo atingido um novo nível quando na quarta-feira, Augusto Inácio, em conferência de imprensa após a derrota por 1-0 com o Al Ahed, da Arab Club Championship, acusou o presidente Mortada Mansou de mentir e de tentar fazer dele o bode expiatório.

No entanto, o treinador português diz que não arrasou “o presidente, apenas contei algumas situações que se passaram publicamente”. “Eu não queria mandar o Shykabala embora. E isso não era verdade. Eu queria que isto se resolvesse. Não queria que ninguém ficasse do meu lado, nem do lado dele. Apenas queria que se soubesse do que estava a passar”, revelou Inácio à SIC Notícias.

ZAP //

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