Ativista cubano pode ser deportado após exílio de mais de 50 anos nos EUA

O líder cubano do Movimento Democracia para Cuba, exilado nos EUA há mais de meio século, enfrenta uma possível deportação após as autoridades de imigração norte-americanas rejeitarem o seu pedido de residência.

A informação foi confirmada pelo próprio Ramon Saul Sanchez, esta segunda-feira, à agência EFE.

“Com tristeza vos comunico que o Governo dos EUA acabou de me negar residência num documento com 17 páginas de justificações. Agradeço os 52 anos vividos nesta terra generosa que eu aprendi a amar como a minha outra pátria. Vou continuar a minha luta para libertar Cuba“, escreveu também na sua conta do Twitter.

A carta do Serviço de Imigração e Cidadania dos EUA está “cheia de inconsistências e banalidades”, defendeu, explicando que a organização de greves de fome e flotilhas de protesto pela liberdade em Cuba estão entre as razões pelas quais as autoridades recusaram o pedido.

O exilado cubano explicou que as autoridades alegam que as suas ações, em vez de exigirem direitos em Cuba, focaram-se em confrontar os EUA e recordou ter adotado uma “luta cívica não violenta” depois de quatro anos e meio de prisão durante os anos 80, por se recusar a depor perante um grande júri num caso que envolveu a organização armada Omega 7.

Sánchez nunca solicitou a nacionalidade norte-americana, por acreditar que isso seria uma traição à causa cubana.

Este fim-de-semana, a administração norte-americana iniciou a operação a nível nacional para identificar, deter e deportar imigrantes ilegais, com recurso às forças da Agência de Imigração e de Controlo de Alfândegas.

A luta contra a imigração ilegal tem sido uma das prioridades políticas de Donald Trump, que já descreveu como uma ameaça à segurança nacional os milhares de migrantes oriundos da América Central que têm tentado entrar no país nos últimos meses.

Segundo o centro de pesquisa norte-americano Pew Research Center, 10,5 milhões de imigrantes viviam ilegalmente nos EUA em 2017. Quase dois terços vivem no país há mais de uma década.

ZAP // Lusa

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