Até Marte em 45 dias. NASA e DARPA vão enviar um foguetão nuclear ao Planeta Vermelho

DARPA

A NASA e responsáveis militares dos EUA indicaram na quarta-feira que escolheram a Lockheed Martin para conceber e desenvolver um foguete com propulsão nuclear, com a ideia de o utilizar em missões a Marte.

A NASA vai (finalmente) dar início à construção do foguetão nuclear térmico que está a conceber em parceria com a DARPA, o braço de pesquisa e desenvolvimento do Pentágono, no âmbito do programa DRACO.

Este programa, baseado em tecnologia avançada de propulsão nuclear térmica, visa um primeiro voo teste no espaço a partir de 2027, adiantou a agência espacial norte-americana, que anunciou esta quarta-feira que a construção do foguetão foi contratada à gigante da indústria aeroespacial Lockheed Martin.

Segundo a agência espacial dos EUA, um foguetão de propulsão nuclear térmica pode ser três a quatro vezes mais eficaz do que os que usam combustível clássico e reduziria o tempo da viagem, um elemento essencial para chegar ao planeta.

Num motor térmico nuclear é usado , um reator de fissão para gerar temperaturas extremamente altas. O calor do reator é transferido para o propelente líquido, que é então convertido em gás, que se expande através de um bocal para fornecer impulso.

“Estes sistemas de propulsão nuclear térmica são mais potentes e mais eficazes, o que permite um trânsito mais rápido entre 2 pontos”, comentou Kirk Shireman,  vice-presidente de exploração lunar na divisão espacial Lockheed Martin.

Reduzir o tempo de viagem é vital para as missões humanas para Marte, para limitar o tempo de exposição da tripulação”, acrescentou.

A firma BWX Tecnologias vai ser responsável pela conceção do reator nuclear.

Segundo Shireman, esta tecnologia poderia também “revolucionar” futuras missões para a Lua, onde a NASA pretende construir uma base, no quadro do seu programa Artemis.

Há mais de 50 anos que a NASA fez testes de um foguetão nuclear, mas o projeto foi interrompido devido a cortes orçamentais e às tensões internacionais no contexto da Guerra Fria.

ZAP // Lusa

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