Os astrónomos descobriram uma terceira lua em órbita do asteroide principal (130) Elektra, tornando-o no primeiro quádruplo alguma vez encontrado.
Segundo a Science News, o asteroide gigante Elektra foi descoberto pela primeira vez a 17 de fevereiro de 1873, pelo astrónomo Christian Peters do Observatório Litchfield.
Tem um diâmetro de 199 quilómetros e uma massa estimada em 7×1018 quilogramas.
A sua primeira lua foi descoberta em 2003 por uma equipa de astrónomos liderada por William Merline, através do telescópio Keck II, no Observatório Mauna Kea.
Designado como S/2003 (130) 1 ou S1, tem um diâmetro de 6 km e orbita a 1.300 km do asteroide pai, com um período de 5,3 dias.
A segunda lua da Elektra, S/2014 (130) 1 ou S2, foi descoberta a 6 de dezembro de 2014, por uma equipa de investigação liderada por Bin Yang, utilizando a instalação SPHERE no Very Large Telescope da ESO.
Tem um diâmetro de cerca de 2 km e orbita o Elektra uma vez a cada 1,2 dias, a uma distância de 500 km.
“Descobrimos um novo satélite, S/2014 (130) 2 ou S3, a orbitar o Elektra, fazendo dele o terceiro satélite deste sistema“, realçou Anthony Berdeu, do Instituto Nacional de Investigação Astronómica da Tailândia e da Universidade de Chulalongkorn.
Através de uma nova técnica de redução de dados e um algoritmo dedicado, os autores do estudo publicado em fevereiro analisaram dados de arquivo de 2014 do instrumento SPHERE/IFS e modelaram a auréola do asteroide.
“As duas luas já conhecidas em torno da Elektra giram muito perto do asteroide e o S2 está quase enterrado na sua auréola”, explicaram os investigadores.
“A descoberta de uma lua ainda mais fraca e mais próxima implica uma cuidadosa estimativa e remoção desta auréola“, acrescenta a equipa, sobre a lua S3, com um período orbital de 0,679 dias e um diâmetro de 1,6 km.
“Ela gira dentro da órbita de S2 com um eixo semi-maior de 344 km e um período orbital de 0,679 dias em torno da primária“, afirmaram os astrónomos.
“Subsistem muitas incertezas relativamente à órbita de S3“, de acordo com a equipa de investigação.
“São necessários mais dados sobre S2 e S3, e um estudo mais aprofundado para resolver o problema do movimento dos satélites da Elektra”, dizem os investigadores.
“Contudo, a descoberta do primeiro sistema quádruplo de asteroides abre ligeiramente o caminho para a compreensão dos mecanismos de formação destes satélites”, concluem.