Astrónomos encontram gigantes vermelhas “em miniatura”. Sofreram uma dramática perda de peso

NASA’s Goddard Space Flight Center / Chris Smith, KBRwyle

Estrelas gigantes vermelhas

Uma equipa de astrónomos encontrou, pela primeira vez, um tipo de estrela gigante vermelha que sofreu uma dramática perda de peso.

Os astrónomos já suspeitavam da existência de gigantes vermelhas – estrelas no fim do ciclo de evolução estelar – “em miniatura” e, recentemente, conseguiram confirmar a sua existência.

“Fomos extremamente sortudos em encontrar cerca de 40 gigantes vermelhas ‘em miniatura’, escondidas num mar de estrelas normais”, disse Yaguang Li, autor principal do estudo, citado pelo EurekAlert.

A equipa da Universidade de Sidney conseguiu este feito depois de ter analisado dados de arquivo do telescópio espacial Kepler, que deixou de estar em funcionamento em 2018.

Durante o seu período de operação, o observatório ficou apontado para a constelação Cygnus, recolhendo medidas da variação de brilho em dezenas de milhares de estrelas gigantes vermelhas.

Para determinar as propriedades, os autores trabalharam com a asterosismologia, o estudo das vibrações estelares. As ondas de rádio revelam informações que vão além da temperatura da superfície e luminosidade das estrelas.

“As ondas penetram o interior estelar e dão-nos informações sobre outra dimensão”, explicou Li, acrescentando que a equipa conseguiu, assim, determinar as etapas evolutivas, massas e tamanho das estrelas. Contudo, durante a investigação, encontraram algo estranho: duas delas eram de tipos diferentes do comum.

Um desses tipos incluía gigantes vermelhas com até 0,7 massa solar. Considerando o tamanho típico de uma gigante vermelha, que pode chegar a 8 massas solares, os cientistas acreditam haver duas possíveis explicações para este reduzido tamanho: a gradual perda de massa (que seria impossível, já que o processo levaria muito tempo), ou um vizinho (provavelmente, uma anã branca) a roubar a massa da vizinha.

Já o segundo tipo identificado envolvia estrelas com massa e brilho menores do que o apresentado pelos modelos dos cientistas.

Estas estrelas são extremamente raras (só foram encontradas sete) e a falta de explicação para a perda de massa por processos físicos normais levou os astrónomos a concluir que deve haver alguma companhia oculta a roubar a massa das estrelas.

O artigo científico foi publicado, no dia 14 de abril, na Nature Astronomy.

ZAP //

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