O projeto prevê a plantação de mais de 100 milhões de árvores de mangue ao longo de 72 quilómetros na costa do Dubai.
O Dubai, uma cidade conhecida pelos seus feitos arquitetónicos que quebram recordes, incluindo o arranha-céus mais alto do mundo, está agora a pôr os olhos num projeto ecológico igualmente ambicioso.
A empresa local Urb revelou planos para o maior projeto de regeneração costeira do mundo, conhecido como Dubai Mangroves. Esta enorme iniciativa tem como objetivo plantar mais de 100 milhões de árvores de mangue ao longo da costa do Dubai, cobrindo uma extensão de quase 72 quilómetros. O projeto visa não só proteger a linha costeira da erosão e da subida do nível do mar, mas também oferecer benefícios ambientais significativos.
Os mangais são famosos pela sua excecional capacidade de absorver dióxido de carbono, sendo cada árvore capaz de sequestrar cerca de 12 quilos de CO2 por ano. Coletivamente, a floresta de mangais proposta poderia remover aproximadamente 1,23 milhões de toneladas de CO2 por ano. Isto é equivalente a eliminar as emissões anuais de CO2 de mais de 260 mil carros a gasolina, alinhando-se com os esforços globais para combater as alterações climáticas.
Para além da captura de carbono, espera-se que os mangais reforcem a biodiversidade marinha, atuando como viveiros de várias espécies marinhas e melhorando as unidades populacionais de peixes, o que é crucial tanto para o ambiente como para a pesca local. As raízes densas destas árvores também filtram e purificam naturalmente a água, melhorando ainda mais o ecossistema local.
Reconhecendo a escala deste empreendimento, o Urb planeia empregar tecnologias modernas para facilitar a plantação e a manutenção da floresta de mangue. São propostos drones com inteligência artificial e imagens de satélite para monitorizar o crescimento e a saúde das árvores, garantindo o sucesso e a sustentabilidade do projeto a longo prazo, refere o New Atlas.
O projeto Dubai Mangroves também prevê a criação de espaços recreativos e educativos ao longo da linha costeira. As características propostas incluem pequenos parques de praia, espaços sociais, caminhos, um centro de visitantes, um museu botânico e um centro natural. Estas instalações foram concebidas para educar a comunidade e os turistas sobre o papel vital dos mangais e os desafios ambientais mais alargados que o planeta enfrenta.
Atualmente em fase de conceção, o projeto está a explorar a viabilidade através de seis estudos-piloto. Esta iniciativa surge num momento crucial, uma vez que o Dubai sofreu recentemente graves inundações, salientando a necessidade urgente de práticas ambientais sustentáveis e protectoras.