Arquidiocese de São Francisco pede falência após 500 processos por abusos

Ramesh lalwani / Wikipedia

Antiga catedral de Santa Maria, na arquidiocese de São Francisco, Estados Unidos

A arquidiocese de São Francisco, na Califórnia,  apresentou esta segunda-feira um pedido de falência, e declarou-se incapaz de de arcar com os custos de mais de 500 processos judiciais por abusos sexuais contra menores.

A arquidiocese católica de São Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos, pediu proteção legal e declarou falência, depois de se declarar incapaz de fazer face aos custos de mais de 500 processos judiciais que lhe foram levantados.

“A medida é necessária para resolver os processos legais por alegado abuso sexual a menores, após a aprovação da lei ‘California Assembly Bill 218‘, que permitiu que até 31 de dezembro de 2022 fossem apresentadas denúncias de casos de décadas atrás, que sem isso estariam prescritos”, disse a arquidiocese.

O pedido foi apresentado em nome do arcebispo Salvatore J. Cordileone no Tribunal de Falências da Califórnia. Segundo a agência ANSA, a arquidiocese considera a falência como “a melhor solução para dar uma compensação justa aos sobreviventes inocentes e a todos os que foram prejudicados”.

No início do mês, a Diocese já tinha adiantado a possibilidade de avançar com um pedido de recuperação judicial, mas realçou os esforços do Vaticano para manter a atividade apesar do colapso financeiro.

A falência interromperá todas as ações legais enquanto a arquidiocese desenvolve um plano de reorganização baseado nos seus bens e na cobertura do seguro, disponível para distribuir às vítimas”, explica o arcebispo numa nota publicada no site da instituição.

“A triste realidade é que não temos nem os meios financeiros nem a capacidade prática para discutir individualmente todas as denúncias”, acrescenta a ação interposta pela arquidiocese, que, recorda o The New York Times, é conhecida pela sua liderança conservadora.

“Esta é a forma de encontrar solução para assegurar o necessário aos sobreviventes, mas permitindo que a Igreja continue a sua sagrada missão para com os fiéis e necessitados”, conclui a ação apresentada por Cordileone.

Segundo o religioso, a maior parte dos abusos terá ocorrido entre as décadas de 1960 e 1980, e terão envolvido sacerdotes que desde então já morreram ou foram expulsos da Igreja.

ZAP //

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