Arqueólogos e estudiosos religiosos há muito que procuram o local de nascimento de São Pedro, um dos 12 apóstolos de Jesus Cristo, considerado por muitos como o primeiro Papa da Igreja Católica.
Agora, um grupo de arqueólogos descobriu um novo artefacto que, segundo estes, prova a localização da antiga aldeia de Betsaida, onde nasceu o primeiro bispo de Roma, juntamente com o seu irmão, André, e outro apóstolo, Filipe.
Enquanto escavavam o que acreditam ser a basílica da “Igreja dos Apóstolos”, em El-Araj, na costa norte do Mar da Galileia, os investigadores descobriram uma inscrição, em grego, que faz referência ao “chefe e comandante dos apóstolos celestiais”, uma frase frequentemente utilizada para São Pedro.
A descoberta sugere que o apóstolo tinha uma “associação especial” com a basílica do período bizantino, que os arqueólogos acreditam ter sido construída por cima da casa de Pedro e André, referiu Steven Notley, arqueólogo e estudioso bíblico que lidera a escavação, citado pela Smithsonian.
A inscrição encontra-se dentro de um medalhão redondo e faz parte de um padrão maior, de mosaico floral, presente no chão da sacristia, uma sala onde os padres preparam-se para o serviço. O local da escavação situa-se dentro da Reserva Natural de Betiha, gerida pela Autoridade dos Parques Nacionais de Israel.
Quando iniciarem a próxima vaga de escavação, em outubro, os arqueólogos esperam encontrar uma inscrição dedicada a André, uma vez que a igreja terá sido dedicada a ambos, revelou um artigo publicado no Haaretz.
Segundo o Evangelho de João, São Pedro, Santo André e São Filipe nasceram todos numa aldeia piscatória chamada Betsaida. Os cristãos acreditam que este é também o local onde foram realizados alguns dos milagres de Jesus.
Os arqueólogos não conseguem identificar a localização exata de Betsaida, embora a tenham reduzido as três opções: os sítios arqueológicos de Et-Tell e e El-Araj e a aldeia de Messadiye.
A igreja pode não ter sido construída no local exato da casa de Pedro e André, visto que as cheias e a passagem do tempo podem ter perturbado a memória local de onde viviam, escreveu a Haaretz.
Ainda assim, a inscrição agora descoberta é mais uma prova que sugere que El-Araj já foi Betsaida. Os investigadores têm vindo a escavar a zona desde 2016.
“O caso de El-Araj não é apenas convincente, é esmagador, e torna-se mais convincente a cada vaga de escavação”, disse ao Live Science Robert Cargill, arqueólogo da Universidade de Iowa, no ano passado.