Uma equipa de arqueólogos noruegueses desenterrou parte do altar onde o rei viking Olaf Haraldsson foi consagrado como santo. Uma descoberta extraordinária para a Noruega que tem neste Santo Olavo o seu Padroeiro.
Foi numa localidade próxima de Trondheim, a terceira maior cidade da Noruega, que arqueólogos do NIKU, Instituto Norueguês de Pesquisa da Herança Cultural, desenterraram as fundações de madeira de uma Igreja e parte do altar onde o rei Olaf Haraldsson terá sido consagrado santo.
O NIKU destaca que as escavações revelaram uma “pequena plataforma rectangular construída em pedra” que pode ter sido o altar e também um pequeno poço que terá sido “um poço sagrado relacionado com o santo”.
A descoberta assume particular importância, confirmando relatos sobre a história do início do Cristianismo na Noruega.
“Este é um lugar único na história norueguesa em termos religiosos, culturais e políticos. Muita da identidade nacional norueguesa foi estabelecida no culto da santidade em torno de Santo Olavo e foi aqui que tudo começou”, aponta a directora das escavações, Anna Petersén, citada no site da NIKU.
Olavo é o Santo Padroeiro da Noruega e um dos poucos santos noruegueses reconhecidos pela Igreja Católica.
Filho de um líder viking, Olaf Haraldsson II foi rei da Noruega entre 1015 e 1028, depois de se ter convertido ao Cristianismo, em 1014, após uma expedição a Inglaterra.
Morreu na Batalha de Stiklestad, em circunstâncias não totalmente reveladas. A versão que se pode assumir como oficial refere que ele morreu a combater pelo Cristianismo, contra um exército de aliados de Canuto II, O Grande, que foi rei da Dinamarca, de Inglaterra e da Noruega.
No entanto, uma teoria afiança que esta versão só foi fomentada depois da sua canonização, defendendo que ele foi, na verdade, assassinado pelos seus próprios homens.
Certo é que, após a sua morte, foram reportados vários milagres que lhe foram atribuídos. Em 1031, mais de 30 anos após a sua morte, o seu caixão foi desenterrado e aberto na presença de um bispo, revelando o “corpo milagrosamente bem preservado”.
Foi então declarado santo, e os seus restos mortais foram colocados num relicário no altar principal da Igreja de St. Clement, na zona de Trondheim.
O mausoléu de Santo Olavo acabou por ser deslocado para a Catedral de Nidaros, na mesma cidade, fruto da crescente chegada de peregrinos noruegueses e estrangeiros para o venerarem. A Igreja de St. Clement acabou por ficar destruída e a sua localização tornou-se incerta, até ter agora sido redescoberta nestas escavações.
SV, ZAP
“Certo é que, depois da sua morte, foram reportados vários milagres que lhe foram atribuídos e, em 1931, um ano após a sua morte, o seu caixão foi desenterrado e aberto na presença (…)” – 1931, um ano após a sua morte?
Caro Ricardo Gomes,
Obrigado pelo reparo, está corrigido.