Uma equipa de arqueólogos polacos e italianos descobriu vestígios da Abadia de São Savino, situada em Jesi, em Itália.
De acordo com crónicas do século XVI, a Abadia de São Savino foi fundada pelos godos no século VI d.C..
Mais tarde, segundo o Heritage Daily, foi renovada pelos Lombardos, um povo germânico que conquistou a maior parte do Reino Ostrogótico de Itália.
A primeira referência documentada da abadia data de 1222, quando o Papa Honório III, através da Bula Papal nº7, deu instruções ao Bispo de Jesi e ao Abade de San Savino para persuadirem os habitantes de Jesi a jurarem a sua lealdade à Igreja e a submeterem-se à autoridade papal.
Em meados do século XV, a abadia e os edifícios monásticos caíram em ruína e foram em grande parte esquecidos, até terem sido redescobertos acidentalmente perto do Fórum Boari de Jesi na década de 1980.
Num novo projeto de investigação para desvendar as origens da abadia, os arqueólogos do Instituto de Arqueologia da Universidade Cardeal Stefan Wyszyński, a trabalhar em colaboração com a ABACO Società Cooperativa, identificaram fases anteriores da expansão e construção do local.
“Um dos principais objetivos da nossa investigação é confirmar as origens antigas da abadia“, disse Fabian Welc, um professor de geoarqueologia na Faculdade de Artes Liberais da Universidade de Varsóvia.
“Savino é um local único que reflete as transformações sociais, culturais e políticas da Itália centro-oriental entre a Antiguidade Tardia e o início da Idade Média. Serve como chave para compreender estes processos históricos”.
Durante a fase inicial do projeto, os arqueólogos utilizaram técnicas não invasivas para documentar os vestígios visíveis da abadia, que datam da sua fase final de construção entre os séculos XII e XIV.
“Curiosamente, o mosteiro foi construído com tijolos provenientes de edifícios romanos demolidos, o que sugere uma continuidade do povoamento nesta parte de Jesi“, observou Welc.
Utilizando o radar de penetração no solo, os investigadores revelaram três fases anteriores da construção da abadia sob as suas fundações românico-góticas.
De acordo com os autores do estudo, a abadia, na sua forma mais antiga, era um edifício modesto com uma única nave.
Para datar esta fase inicial, será necessária uma sondagem exploratória, que permitirá à equipa analisar a estratigrafia e os materiais orgânicos para a datação por radiocarbono, permitindo assim uma melhor compreensão do contexto do local.