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O armazenamento de energia “sem massa” está a chegar

Uma equipa de cientistas da Chalmers University of Technology, na Suécia, produziu uma bateria estrutural com um desempenho dez vezes melhor do que todas as versões anteriores. A descoberta abre caminho ao armazenamento de energia “sem massa” em veículos e outras tecnologias.

Atualmente, a bateria dos carros elétricos constitui uma grande parte do peso dos veículos. Uma bateria estrutural, por outro lado, funciona tanto como fonte de energia, como parte da estrutura.

O chamado “armazenamento de energia ‘sem massa'” baseia-se no facto de o peso da bateria ser uma parte da estrutura de suporte de carga. Os cálculos mostram que este tipo de bateria multifuncional pode reduzir muito o peso de um veículo elétrico.

Uma equipa de cientistas da Chalmers University of Technology, na Suécia, desenvolveu recentemente uma bateria estrutural com propriedades que excedem em muito qualquer uma já criada em termos de armazenamento de energia elétrica, rigidez e resistência.

Segundo o SciTechDaily, o seu desempenho multifuncional é dez vezes maior do que os protótipos de bateria estruturais anteriores.

A bateria tem uma densidade de energia de 24 Wh/kg, ou seja, aproximadamente 20% da capacidade em comparação com as baterias de iões de lítio atualmente disponíveis. Além disso, apresenta uma rigidez de 25 GPa.

O portal explica ainda que, como o peso dos veículos pode ser bastante reduzido com esta bateria, menos energia será necessária para fazer um carro elétrico andar. Além disso, uma densidade de energia mais baixa também proporciona mais segurança.

“Usando fibra de carbono, conseguimos projetar uma bateria estrutural com capacidade e rigidez competitivas de armazenamento de energia”, disse Leif Asp, professor da Chalmers e líder da investigação.

A equipa já iniciou um novo projeto, financiado pela Agência Espacial Nacional Sueca, para tentar aumentar ainda mais o desempenho da bateria estrutural.

A ideia é substituir a folha de alumínio por fibra de carbono como material de suporte de carga no elétrodo positivo, proporcionando maior rigidez e densidade de energia. O separador de fibra de vidro será substituído por uma variante ultrafina, que terá um efeito maior e ciclos de carregamento mais rápidos.

Leif Asp estima que a bateria possa atingir uma densidade de energia de 75 Wh/kg e uma rigidez de 75 GPa. O novo projeto deverá estar concluído em dois anos.

Liliana Malainho, ZAP //

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