O país ultrapassou o Líbano como primeiro no ranking, após as medidas de choque anunciadas por Milei pressionarem os preços em dezembro.
Esta semana, a Argentina tornou-se o país com a maior inflação do mundo em 2023, ultrapassando o Líbano, que ocupava o primeiro lugar no ranking.
O aumento anual dos preços na Argentina em 2023, de 211,4%, era conhecido desde 11 de janeiro. No entanto, a inflação do Líbano, divulgada apenas esta segunda-feira, foi menor do que a projetada e terminou o ano em 192,3%.
Com este resultado, a inflação argentina ultrapassou a libanesa por quase 20 pontos percentuais. A Venezuela, que vinha sendo a campeã de inflação na América Latina, registou uma inflação de 189,8% em 2023, segundo o banco central do país.
O populista de direita Javier Milei foi eleito no ano passado presidente da Argentina, com a promessa de combater a inflação crónica do país. No entanto, na sua posse, a 10 de dezembro, avisou que a situação iria piorar nos primeiros meses do seu governo devido às medidas severas que iria implementar.
E isso realmente aconteceu. Em dezembro, a inflação do mês foi de 25,5%, a mais alta em três décadas no país. E analistas estimam que a de janeiro possa ser ainda mais elevada graças a iniciativas que têm sido implementadas pelo governo, como a desvalorização do peso e a redução de subsídios à energia e ao transporte, com impacto nos preços de toda a economia.
O governo Milei afirma que, após um choque inicial, os preços devem baixar — mas o comportamento futuro da inflação ainda é uma incógnita. Enquanto isso, a maioria dos argentinos continua a enfrentar piorias nas suas condições de vida. Há um ano, mais de 40% da população estava em situação de pobreza.
Greve esta quarta-feira
As organizações sindicais têm organizado protestos contra o governo Milei. A Confederación General del Trabajo (CTG), maior união sindical do país, promoveu uma greve geral entre o meio-dia e a meia-noite desta quarta-feira, além de uma marcha em Buenos Aires contra o pacote de medidas editadas por Milei num Decreto de Necessidade e Urgência (DNU).
A greve contou com o apoio de sindicatos de vários setores, como transporte, comércio, saúde e bancos.
Dezenas de milhares de argentinos desfilaram pelas ruas do centro de Buenos Aires.
“O primeiro corte que este governo está a fazer é nos trabalhadores”, disse Pablo Moyano, líder do poderoso sindicato dos camionistas. “A reforma laboral visa apenas tirar os direitos dos trabalhadores”, acrescentou, de acordo com o Público.
A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, afirmou que, apesar da magnitude do protesto, Javier Milei estava “tranquilo” e que a maioria dos argentinos “está hoje a trabalhar”.
O Decreto de Necessidade e Urgência foi apresentado a 27 de dezembro por Milei com 664 artigos para reformar várias leis argentinas, especialmente para liberalizar a economia, incluindo a privatização de empresas estatais e desregulamentação do sistema de saúde e das relações laborais, e procurar equilíbrio fiscal.
O pacote está a ser analisado pelo Congresso, que o pode rejeitar se tanto o Senado como a Câmara assim decidirem. Perante a dificuldade em obter o apoio necessário, o governo anunciou esta segunda-feira que retirou 141 artigos da versão original do decreto.
Entre os pontos modificados, está a retirada da petrolífera YPF das empresas estatais a serem privatizadas, uma mudança na fórmula de reajustes de pensões e a redução do prazo do estado de emergência de quatro para dois anos no máximo.
ZAP // DW
Se o gajo matar metade dos Argentinos, resolve o problema. Se lhe apresentarem isso numa reunião, ele compra. Assim não precisa de os matar na rua. Nem eles protestam, e vai ser um silêncio e uma paz de “espíritos”. Mais um “deus terreno” para o Ventura. Meteram lá o FMI, e seguiram as ordens dele à risca. Ele deu-lhes a “prenda do do costume”. Tudo em nome de “progresso”, “bem estar” … e umas privatizações para compensar. Este tratamento é como ir para o hospital, levar choques elétricos, e se não resultar aumenta-se a voltagem – se o doente aguentar, perfeito, senão é menos um a quem dar comida -. No fim o rácio do FMI fica sempre “melhor”. Se o Einstein fosse vivo diria – já fizeram testes e testes, mas deu sempre a mesma md …. e continuam, heim….
Populista de direita é a tua tia. Vai para lá tu e vê se fazes melhor. Deixem o homem implementar as suas medidas e depois ( anos ou largos meses) se verá. A situação anterior não acabava com bancarrotas sucessivas de que a esquerda é pródiga.
Se quem lá esteve abriu um buraco o buraco tem de ser tapado. E exatamente o que acontece aqui cada vez que a esquerda radical assume o poder, por sua vez a direita tem de mexer esse buraco e o povo tem de fazer sacrifícios, coisa que não vê de bom grado. Mas se deixarem o homem trabalhar por 2 mandatos acreditem que o povo não vai querer outra coisa, as contas só tem de ser endireitadas.
Tal como acontece por Portugal, esquerda abre o buraco e a direita tapa, mas a direita e má porque nós faz apertar o cinto.
Não se pode querer as duas coisas acontece que na política não é “eu” mas sim, “nos”.
A Argentina está ruim a anos , não será agora em 4 anos com um novo governo que será resolvido o problema deixado pelo lixo da esquerda. Levará tempo e paciência para resolver, mas não pode voltar a esquerda.
A Agentina está à décadas com problemas estruturais na sua economia e na política.
E mesmo assim há quem pense que seja possível resolver isto numa semana. Infelizmente nem num mês, o que fará num ano.
Na realidade a inflação da Argentina já estava assim. Só que estava mascarada. Com medidas para encobrir a real inflação, como limitação de preços.
Assim como a Vezuela está a fazer. Mas a real inflação é muito superior.
O estado lá é o real problema. Assim como em muitos países…
Espero que o presidente Milei tenha sucesso e consiga dar a volta na Argentina.
Hoje em dia aliás como sempre e muito fácil a direita deitar culpas para a esquerda e vice versa se os politicos se encontrasem ao centro e trabalhassem em conjunto para resolver os problemas das economias dos paises talves houve-se menos problemas e mais união entre os povos digo eu quem sabe era uma maneira de vivermos muito melhor e sem atrpelos dos ditos .
O neoliberalismo nunca resolveu problemas em país algum e é particularmente eficaz nos seus desígnios em ditaduras, de que é exemplo o Chile de Pinochet. Se o comunismo chumbou no teste da experiência histórica, o neoliberalismo também, como ficou claro na queda da bolsa de 1929 e, depois de um interregno de políticas keynesianas, ressuscitou em força com Thatcher e Reagan com nova crise à escala global em 2008. Onde há desregulação para abrir caminho à ganância de alguns, há sempre crises que têm de ser resolvidas por todos os que não a causaram.