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Argentina aceita pagar dívida aos fundos abutres

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Guillermo Viana y Nahuel Padrevecchi-gv / GCBA / Flickr

Mauricio Macri, presidente da Argentina

O Senado da Argentina aprovou esta quinta-feira o projeto de lei que autoriza o país a saldar as dívidas com fundos de investimento litigantes em tribunais de Nova Iorque e com outros credores.

Ao fim de quase 15 horas de debate, 54 votos a favor e 16 contra permitiram a aprovação do pagamento de 4,6 mil milhões de dólares (quatro mil milhões de euros) a fundos especulativos, também chamados de fundos abutres, que têm dívida do país, para pôr fim a um litígio que começou com o colapso financeiro de 2001, e uma emissão de dívida de 12,5 mil milhões.

Depois de anos de impasse durante a presidência de Cristina Kirchner, o novo Governo de centro-direita do Presidente Mauricio Macri, que chegou ao poder em dezembro, apresentou, em fevereiro, uma proposta prevendo reembolsar 6,5 mil milhões de dólares dos 9 mil milhões de dólares detidos pelos fundos que recorreram à justiça.

Ao fim de semanas de negociações, a Argentina conseguiu chegar a acordo com quatro fundos de investimento (incluindo o NML e o Aurelius), que resistiam, mas acabaram por aceitar um desconto de 25%.

Este acordo permite também à Argentina retomar os pagamentos aos outros credores que aceitaram perder 70% do valor das obrigações que detinham nas reestruturações de dívida de 2005 e 2010.

Estes fundos especulativos ficaram conhecidos como “abutres” pelo facto de terem adquirido os títulos de dívida a preços muito baixos, “moribundos”, já com a intenção de procurarem ganhos através da litigação em tribunal.

A administração de Macri qualificou o acordo como amargo mas como um remédio necessário para acabar com o estatuto de pária que o país tem nos mercados internacionais de capitais.

A Argentina ficou excluída desde o seu incumprimento financeiro de 2001 avaliado em quase 100 mil milhões de dólares, o maior da história na altura.

Agência Brasil

4 Comments

  1. Gostei da designação “fundos abutres”… E não serão TODOS? FMI incluido? Mas… Não estarão a fazer juízos de valor em vez de informar apenas? Depois têm necessidade de se defender… Refiro-me, é claro, ao ZAP…

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