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Árbitro Pedro Proença anuncia final de carreira

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O árbitro Pedro Proença

O árbitro Pedro Proença

Pedro Proença, um dos mais conceituados árbitros portugueses de futebol, anunciou esta quinta-feira o fim da sua carreira, em que se destaca a presença nas finais da Liga dos Campeões de 2011/12 e do Euro 2012.

O árbitro de Lisboa, que aos 44 anos deu conta da sua retirada em conferência de imprensa na sede da Federação Portuguesa de Futebol, iniciou-se na arbitragem em 1998 e despede-se após 16 anos de carreira, tendo arbitrado pela última vez a 20 de dezembro, no jogo de atribuição do terceiro lugar do Mundial de clubes, em Marrocos.

Pedro Proença, de 44 anos, fez 168 jogos na I Liga portuguesa e mais de 370 em todas as competições nacionais e internacionais, tendo arbitrado duas finais da Taça de Portugal, duas da Taça da Liga e três vezes a Supertaça.

Internacional desde 2003, Proença esteve em mais de 50 jogos das competições europeias, incluindo fases preliminares, com realce para a presença na final de Liga dos Campeões de 2012, entre Bayern de Munique e Chelsea. O árbitro português atingiu o ponto mais alto a nível de seleções com a presença na final do Euro 2012 (Espanha-Itália), tendo estado também no Mundial 2014, no Brasil, onde atingiu os oitavos de final.

Nascido em Lisboa, a 3 de novembro de 1970, Pedro Proença Oliveira Alves Garcia tornou-se árbitro da primeira categoria em 1998. De lá para cá, fez 168 jogos na I Liga (entre 2000/01 e 2014/15) e mais de 370 em todas as competições, arbitrou duas finais da Taça de Portugal, duas da Taça da Liga, três vezes a Supertaça e esteve em 14 clássicos envolvendo os três grandes – Benfica, FC Porto e Sporting.

Primeiro classificado em seis épocas, este assumido benfiquista viu o seu percurso distinguido recentemente com o prémio de Árbitro do Século, atribuído na gala do centenário da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), mas a sua carreira também conheceu alguns percalços.

Depois de uma agressão de um adepto do Benfica, em agosto de 2011, num centro comercial de Lisboa, ter motivado uma intervenção cirúrgica, Pedro Proença embalou para a sua época de ouro, mas não evitou a maior polémica da sua carreira, ao validar um golo em fora de jogo que deu ao FC Porto uma vitória por 3-2 em pleno Estádio da Luz.

Os dragões, que viriam a sagrar-se campeões nacionais, passaram para a liderança da Liga com esse triunfo e o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, declarou então que Proença prestaria um grande favor aos encarnados se não voltasse a arbitrar jogos dos lisboetas.

O desejo de Vieira não se concretizou e Proença seguiu o seu caminho na arbitragem, para qual tem defendido a profissionalização e o apoio de meios tecnológicos que ajudem a limitar os erros. Crítico do atual Conselho de Arbitragem da FPF, o juiz fecha este ciclo, mas deverá manter-se ligado ao meio, eventualmente no seio da UEFA.

Um dos melhores e mais conceituados árbitros portugueses

O futebol português despede-se assim de um dos seus melhores árbitros de sempre, com 168 jogos da I Liga e uma centena de internacionais.

O fim de ciclo de Proença, que estava a menos de um ano de atingir o limite de idade, era um dado adquirido praticamente desde o Mundial de 2014, no Brasil, onde o juiz lisboeta viu esfumar-se o desejo de arbitrar a final. Esse facto terá adiado o adeus imediato.

No Mundial de clubes, realizado em dezembro, em Marrocos, parecia destinado à final, mas a presença do Real Madrid, um clube europeu, no jogo decisivo, acabou por atirá-lo para o encontro que definiu o terceiro classificado.

No regresso, assumiu que tinha outra expetativa e deu a entender, mais uma vez, que o fim estava próximo: “É uma questão que já estava decidida antes de embarcar. É algo que vou anunciar. É o momento de dar o lugar aos outros”, disse então Pedro Proença, que se dividiu entre a carreira na arbitragem e o percurso profissional como diretor financeiro.

O jogo do Mundial de clibes jogo, a 20 de dezembro, acabou mesmo por ser o último de Proença e foi necessário esperar apenas um mês para ouvi-lo oficializar o final de 16 anos de uma carreira marcada pela presença na final da Liga dos Campeões de 2011/12 e na final do Euro 2012. Se no primeiro caso repetiu o feito de António Garrido em 1979/80, no segundo foi o pioneiro português.

No ano que em que foi eleito também o melhor árbitro do Mundo pela Federação Internacional de História e Estatística do Futebol (IFFHS), aqueles foram os pontos mais altos de um percurso internacional iniciado em 2003, num jogo da Taça Intertoto.

Seguiu-se a estreia na Taça UEFA (agora Liga Europa), em 2004, e o primeiro jogo na Liga dos Campeões, em 2007, para chegar a 2015 com 21 encontros na primeira e 27 na segunda, sem contabilizar partidas das fases preliminares.

Escolhido para apitar oito jogos em qualificações para Europeus e outros tantos para Mundiais, esteve nas fases finais do Euro 2012 e do Mundial 2014, arbitrando quatro partidas num e três noutro. No total, incluindo cinco particulares e embates de escalões inferiores, como a final do Europeu de sub-19 de 2004, Proença fez 101 jogos internacionais.

ZAP / Futebol365 / Lusa

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