“A arbitragem está uma bela confusão: do 8 para o 80, do 80 para o 8”

Fernando Veludo / Lusa

Período de compensação no jogo FC Porto-Gil Vicente originou reflexão: “Uns árbitros regressaram ao passado, outros não”.

Provavelmente, nunca se falou tanto sobre períodos de compensação numa edição da I Liga de futebol em Portugal.

Esta época, seguindo indicações internacionais, começou com jogos que chegaram aos 110 minutos, quase um jogo com prolongamento.

Os árbitros tinham indicações de serem mais rigorosos com o tempo perdido, num dos campeonatos europeus com menor tempo útil de jogo.

Por isso, começaram a prolongar os encontros, por vezes com mais de 10 minutos de compensação só na segunda parte.

Após uma reunião realizada já em Setembro, ficou a indicação de que estavam a ser dados demasiados minutos de compensação.

Os árbitros recuaram… mas nem todos, sublinha Pedro Henriques. O antigo árbitro, ao analisar esta sexta jornada da I Liga, começou por olhar para o jogo entre FC Porto e Gil Vicente (2-1).

Os portistas marcaram o golo da vitória no final da segunda parte, no primeiro de cinco minutos de compensação – que foram poucos, segundo Pedro Henriques.

“Cinco minutos foi o tempo gasto nas seis substituições. Houve um jogador no chão, o Sérgio Conceição levou amarelo, mais quatro amarelos…”.

“A arbitragem portuguesa tem um problema grave para resolver: passou do 8 para o 80 e do 80 para o 8“, comentou, na rádio Observador.

Outro caso analisado foi o Moreirense-Farense, que os minhotos ganharam por 1-0. O treinador do Farense, José Mota, queixou-se de que deveriam ter sido dados mais minutos de compensação por causa de uma lesão e de uma substituição, ambas no período de compensação da segunda parte, que não foram descontados.

Já no Estoril 2-2 Vizela, o árbitro cedeu – “e bem” – mais três minutos no período de compensação, devido a um golo invalidado pelo vídeo-árbitro e a uma lesão já nos descontos. Esses minutos extra permitiram ao Vizela marcar, aos 100 minutos.

Ou seja, um árbitro prolongou o jogo, os outros dois não.

“O problema neste momento é a não uniformização de critérios. Depois daquelas reuniões, mais valia estar como estavam, com 10 ou 12 minutos de compensação, do que andarem agora a regressar ao passado – mas uns regressaram, outros não. Está aqui uma bela confusão“, finalizou o comentador de arbitragem.

ZAP //

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