Um eventual “Apocalipse dos insetos” pode trazer graves consequências para os seres humanos e para todo o planeta, alerta um relatório assinado pelo ambientalista britânico Dave Goulson.
De acordo com o documento, desde a década de 1970, a destruição de ambientes naturais e o uso crescente de pesticidas fizeram com que 40% do milhão de espécies conhecidas de insetos ficassem em risco de extinção.
Dave Goulson, que é professor na Universidade de Sussex, no Reino Unido, alerta para os riscos desta situação, mas frisa que a tendência ainda pode ser revertida.
Quanto às espécies já extintas, os cientista explicou que no século passado 23 tipos de abelhas e vespas desapareceram, o que contratas com uma das principais causa do seu declínio, os pesticidas, cuja utilização duplicou nos últimos 25 anos.
Tal como frisa o britânico The Guardian, o declínio nas populações de insetos tem impacto noutras espécies: entre 1967 e 2016, a população de pássaros no Reino Unido caiu 93%.
“Não podemos ter certeza, mas em termos de números, podemos ter perdido 50% ou mais do nossos insetos desde 1970, mas podem ser muitos mais”, disse Goulson, citado pelo diário. “Não sabemos, mas é assustador. Se não pararmos o declínio dos insetos, haverá profundas consequências para toda a vida no planeta e para o bem-estar humano”.
Apesar deste cenário, o especialista considera que esta tendência pode ser revertida, especialmente através do controlo do uso de inseticidas e/ou pesticidas, bem como através da reconversão ou criação de jardim e parques. Este “é o maior desafio da agricultura”, uma vez que “70% da Grã-Bretanha são terras aráveis”.
“Não importa quantos jardins tornemos amigáveis para a vida selvagem, se 70% do campo permanecer hostil à vida, não reverteremos o declínio de insetos”, considerou.
O especialista notou ainda que o Brexit representa uma oportunidade para fazer mudanças em larga escala, uma vez que se trata de uma “oportunidade potencial para voltar a analisar completamente” o sistema agrícola.
Um estudo divulgado recentemente e levado a cabo na Alemanha chegou a conclusões semelhantes às de Goulson. A investigação, que se debruçou sobre a biodiversidade no país, alertou para a diminuição “assustadora” no número de insetos durante a última década.
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