Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, moderniza atividade no país, que busca retomada após terremoto em 2021; ONU News conversou com apicultor que produz cerca de 270 galões de mel por ano após adotar boas práticas – a sua produção anterior era de apenas dois galões.
O avanço da apicultura, no sul do Haiti, tem vindo a ajudar na recuperação do terremoto que atingiu a ilha caribenha em 2021. Com a ajuda da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, o produtor Ilarion Celestin passou a produzir 270 galões de mel por ano.
As boas práticas ensinadas ao apicultor, que anteriormente produzia apenas dois galões por ano, fazem parte de um projeto em colaboração com o Ministério do Meio Ambiente do Haiti para proteger áreas contra a desertificação e modernizar a produção de mel no país.
Práticas modernas na apicultura
O produtor Ilarion Celestin contou à ONU News que mantinha as suas abelhas num tronco oco de árvore. Após o treino técnico e equipamento correto, passou a ser um apicultor profissional.
O haitiano do município de Bonbon agora possui 18 colmeias e vende cada galão produzido por cerca de US$ 50.
Além do aumento de produtividade, as técnicas adotadas garantem que o mel seja mais saudável e o processo seja mais higiénico.
O apicultor afirma que o seu mel tem gosto, é rico em proteínas e possui propriedades medicinais. As suas abelhas produzem quatro tipos diferentes de mel.
Abelhas trabalhadoras e produtos para exportação
Celestin revela que o trabalho é simples: ele monitoriza as colmeias duas vezes por mês e faz três colheitas por ano. Mas são as próprias abelhas que ficam com o trabalho mais pesado.
Além do aumento de receita com a modernização da produção de mel, trabalha junto da FAO para, no futuro, vender a sua produção para outros países. Atualmente, comercializa apenas localmente e na capital Porto Príncipe.
Ainda assim, o que o produtor fatura já é o suficiente para mandar os seus filhos para a escola, construir a sua própria casa e comprar gado.
Ele afirma que mais pessoas estão a interessar-se pela apicultura, especialmente após o terremoto.
Além dos treinos, a FAO também apoia o produtor para gerir a sua fazenda. Ilarion Celestin está a treinar e a compartilhar o seu conhecimento com outros 60 apicultores da região.
Desafios das alterações climáticas
Para Celestin, o principal desafio enfrentado agora são as alterações climáticas.
Ele afirma que quando há uma seca, as flores das árvores não crescem bem e a falta de água forçam as abelhas a viajar mais longe para colher néctar, o que significa que elas produzem menos mel.
Como parte da solução, o apicultor está a começar a plantar árvores numa tentativa de garantir que as abelhas tenham água suficiente.
Ele acredita que a iniciativa também ajuda na recuperação de florestas para a comunidade, causando menos erosão nas áreas usadas para agricultura e aumentando a biodiversidade.
Ilarion Celestin afirma estar orgulhoso com o bom trabalho e com o mel que vende, que além de conseguir ser produtivo, também é sustentável.
// ONU News