Apenas nove países da Europa gastam mais do que 2% do PIB em Defesa

Ministro da Defesa português já reconheceu que poderá haver “ajustes” no Orçamento do Estado para 2022.

A guerra na Ucrânia despertou nos governos europeus uma preocupação crescente com as questões da defesa, área que há anos vinha a ser desvalorizada por muitos países que não reconheciam importância ou necessidade em tal investimento. No entanto, os acontecimentos das últimas semanas revelaram ser um autêntico ponto de inversão nas políticas de defesa, com a Alemanha a ser o exemplo mais evidente.

Depois de décadas a considerar que não necessitava de forças armadas fortes para garantir a sua segurança interna, o chanceler Scholz anunciou que o orçamento do país iria alocar 2% para despesas relacionadas com defesa, uma estratégia que muitos não aceitariam na dinâmica anterior. Na última semana, João Gomes Cravinho, ministro da Defesa, reconheceu que Portugal deverá seguir o mesmo exemplo, apesar de ter atirado para a cimeira da Nato, prevista para junho, qualquer decisão mais definitiva sobre as contribuições dos Estados que integram a Aliança.

Portugal comprometeu-se com 1,68 do Produto Interno Bruto até 2024, um valor ainda distante dos 3,82 do PIB gastos pela Grécia — o país que mais investe em defesa —, seguidos da Croácia e do Reino Unido. A Alemanha surge, em percentagem do PIB, atrás de Portugal (atualmente com 1,54%), com 1,53%. Os Estados Unidos, por sua vez, gastam 3,52%.

Segundo o Público, da proposta de Orçamento do Estado para 2022 — que acabou chumbada — constava uma fatia de 2.451,3 milhões de euros para a defesa, o que representava um aumento de 228,5 milhões. Para as Forças Nacionais Destacadas estavam destinadas 73 milhões de euros. No entanto, todos estes valores devem ser revistos. Num cenário em que Portugal passasse a dispensar 2% do PIB para a defesa, a verba total aumentaria para 1112 milhões de euros.

Segundo Isabel Nunes, diretora do Centro de Investigação do Instituto de Defsa Nacional, “os países que mais investem em defesa na relação com o seu PIB têm motivações distintas para o fazer”.

Os Estados Unidos, o Reino Unido e a França, “enquanto aliados fundadores da Aliança, potências nucleares, potências nucleares, membros permanentes do Conselho de Segurança, garantem um investimento de defesa proporcional ao seu estatuto de atores globais sustentando em forças projetáveis e indústrias de defesa nacionais, que permitem assegurar, com um certo grau de independência em relação a terceiros, aquele investimento”.

ZAP //

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