Apenas metade dos jovens desempregados recebe subsídio da Segurança Social

Paulo Novais / Lusa

A atribuição da prestação a quem tem até 34 anos continua a manter baixa a taxa de cobertura do subsídio de desemprego no país.

As consequências económicas da pandemia têm afetado grande parte da população, mas são os jovens que mais têm sofrido, sobretudo no que diz respeito ao desemprego. De acordo com o DN, a atribuição de subsídio de desemprego tem crescido, mas a taxa de cobertura da prestação entre quem tem até 34 anos, e perdeu o emprego, mantém-se ainda muito aquém daquela que se regista nos restantes grupos etários.

Segundo dados de agosto, apenas 50% dos jovens com inscrição nos centros do Instituto do Emprego e Formação Profissional, estavam a receber o subsídio de desemprego que é atribuído pela Segurança Social, revela o DN.

As estatísticas da Segurança Social, publicadas ontem, ditam que apenas 62.147 jovens se encontravam no mês passado a receber o subsídio de desemprego. Este número representa, sensivelmente, metade dos jovens desempregados contabilizados em agosto pelo IEFP – que era de 123 827.

Ainda assim, a atribuição de subsídios a desempregados jovens tem vindo a acelerar, praticamente duplicando por comparação com agosto do ano passado (mais 95%). Nesse mesmo período, o desemprego de menores de 35 anos medido pelas inscrições no IEFP cresceu menos, em 62%, com a taxa de cobertura da prestação a passar dos 42% aos 50%.

Já para o conjunto total dos desempregados, o DN diz que se observa um aumento homólogo no desemprego registado em 34,5%, com o número de subsídios de desemprego pagos a crescer 39%, para um total de 224 568 prestações atribuídas em agosto.

As estatísticas da Segurança Social indicam que as prestações de desemprego que mais têm aumentado no período da pandemia são as do subsídio social de desemprego, com períodos de garantia mais curtos. Em agosto, o número de beneficiários do subsídio social de desemprego era de 10 881.

Já o subsídio de desemprego regular, que exige ainda 360 dias de descontos para a Segurança Social ao longo dos últimos dois anos, subia 43% na comparação homóloga e apenas 0,6% face ao mês anterior.

Segundo o DN, esta evolução ainda não reflete as alterações trazidas pelo Orçamento Suplementar de 2020, que vieram reduzir o período de descontos para se ter acesso ao subsídio regular de desemprego.

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