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Apenas 300 bolsas de doutoramento aceites entre mais de três mil pedidos à FCT

Tânia Rego / ABr

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Das mais de três mil candidaturas a bolsas de doutoramento feitas à Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), apenas 300 foram aceites. O mesmo aconteceu com as bolsas de pós-doutoramento, motivo pelo qual o grupo parlamentar do PCP requereu hoje uma audição com a tutela. 

“De 3.433 candidatos a bolsas de doutoramento e 2.100 a bolsas de pós-doutoramento, só foram aprovados, respetivamente, 298 e 210 bolsas. Isto dá uma percentagem de nove e de 10 por cento de bolsas atribuídas”, lê-se no texto do requerimento para uma audição com o ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, e a secretária de Estado da Ciência, Leonor Parreira.

Os deputados do PCP querem ouvir os responsáveis da tutela na Comissão Parlamentar de Educação, considerando que “a política em curso, de destruição do Ensino Superior público e do sistema científico e tecnológico, terá como consequências o desemprego de centenas de investigadores e a destruição da qualidade de ensino e investigação”.

Investigadores precários em protesto

Em comunicado, a Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) considera estes resultados “uma razia” e que mostram uma “política de desinvestimento e de abdicação de defesa dos interesses nacionais em detrimento das opções ditadas em esferas internacionais”. A ABIC já marcou uma concentração para a próxima terça-feira, 21 de janeiro, às 15h, junto da sede da FCT, em Lisboa.

De acordo com o jornal Público, O número de bolsas atribuídas pela FCT tem vindo a diminuir desde 2010, quando começaram os grandes cortes. Em 2007, quando o investimento na Ciência ainda era uma prioridade, chegaram a ser atribuídas 2.031 bolsas de doutoramento e 914 bolsas de pós-doutoramento, elevando o número de doutorados em Portugal ao nível europeu.

À TSF, o presidente da ABIC, André Janeco, afirmou que se trata de uma situação que está a fazer com que “milhares de candidatos não tenham trabalho e perspetivas de trabalho na investigação e na ciência e não terem sequer direito ao subsídio de desemprego”, por serem bolseiros.

O responsável lembra que, para responder a prazos de inscrição e candidatura às bolsas, muitos investigadores já gastaram dinheiro em propinas e outras despesas que não podem continuar a suportar.

ZAP / Lusa

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