Aparelhos raio-x “do século passado” estão há décadas a comprometer exames no SNS

Há falhas nos serviços de radiologia, no Centro e em Lisboa e Vale do Tejo. Grande parte dos aparelhos estão desatualizados e não há condições para garantir a reparação. Norte e Algarve já têm tecnologias mais avançadas.

Há aparelhos de raio-x obsoletos que estão a pôr em causa os exames feitos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), desde há décadas.

De acordo com o Jornal de Notícias, esta é uma situação exclusiva à Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro e à ARS de Lisboa e Vale do Tejo, em 18 serviços.

Em causa estão aparelhos de radiologia com mais de 30 anos cujo material para trabalhar com eles escasseia, uma vez que já não há peças disponíveis no mercado para reparação.

“Os equipamentos são muito antigos e estão obsoletos. Ainda utilizam revelação com película e produtos químicos“, disse, ao JN, Célia Rodrigues, do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica (STSS).

“Neste momento, como já há muito poucos equipamentos no mercado deste tipo, também já não há material no mercado para se continuar a trabalhar com eles”, explicou.

Em Mangualde, por exemplo, há “um equipamento de radiologia convencional que está a fazer com que muitos exames não possam ser efetuados por falta, por exemplo, de películas”, lamentou a sindicalista.

Muito exames ficam, assim, comprometidos, e os utentes veem-se obrigados a recorrer ao privado.

Célia Rodrigues diz que a solução é substituir os equipamentos: alguns na sua totalidade; outros poderão ser adaptados para radiologia digital.

Ao JN, a ARS Centro informou que foram importadas películas para continuar a dar uma resposta de curto prazo às necessidades dos equipamentos – uma promessa que, segundo o sindicato, já tem mais de dez anos.

Norte e Algarve já estão mais à frente

A ARS Norte confirmou ao matutino que já não tem serviços equipados com radiologia analógica.

No Algarve, a radiologia já é feita com recurso à inteligência artificial, para o auxílio ao diagnóstico da imagem.

“É o contraste do nosso país, em que umas regiões têm tecnologia muito avançada e outras ainda estão no século passado”, atirou Célia Rodrigues.

ZAP //

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