Aparelho que faz cócegas na língua combate efeitos da tinite

“O barulho na minha cabeça parecia um bando de cigarras”. Novo tratamento que envolve sessões diárias de uma hora durante 12 semanas, reduziu significativamente a proeminência do zumbido.

O zumbido, uma condição caracterizada por um toque ou zumbido incessante nos ouvidos, afeta milhões de adultos por todo o mundo. A condição pode ser desencadeada por vários fatores, como a perda de audição, a exposição a ruídos fortes ou certas doenças. Embora não exista uma cura definitiva para o zumbido, existem algumas estratégias de gestão disponíveis para aliviar os seus sintomas.

A tais estratégias junta-se agora o dispositivo Lenire, aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), que utiliza a estimulação elétrica da língua para aliviar os sintomas.

O dispositivo, que inclui um bocal com elétrodos de aço inoxidável, estimula eletricamente a língua, enquanto um conjunto de auscultadores reproduz tons específicos e sons de ondas do mar. Esta combinação ajuda a desviar o foco do cérebro do zumbido.

“O barulho na minha cabeça parecia um bando de cigarras”, diz a cantora e compositora Victoria Banks. “Era aterrador. Pode ser absolutamente debilitante”, diz a compositora que desenvolveu tinite há cerca de três anos.

De acordo com Banks, o tratamento, que envolve sessões diárias de uma hora durante 12 semanas, reduziu significativamente a proeminência do seu zumbido, embora não o tenha eliminado completamente.

“Um bom candidato para este dispositivo é alguém que tenha tido zumbido durante pelo menos três meses”, diz o audiologista Brian Fligor, que observou melhorias substanciais em pacientes que utilizaram Lenire. Citando um ensaio clínico em que 84% dos participantes relataram uma redução significativa dos sintomas de zumbido, Fligor explica o mecanismo por trás do dispositivo, que visa redirecionar a atenção do cérebro para longe do zumbido.

“É a combinação entre o que se sente através dos nervos da língua e o que se ouve através dos ouvidos, em sincronia, que faz com que o foco de atenção do cérebro não fique tão preso ao zumbido”, explica Fligor.

“É como se eu vivesse perto de uma cascata e a cascata estivesse sempre a cair”, diz a paciente. Com o passar do tempo, o som da cascata desaparece da consciência.

Apesar dos resultados positivos, o dispositivo tem as suas desvantagens, incluindo um preço elevado de cerca de quatro mil dólares, que atualmente não é coberto pelos seguros. A eficácia a longo prazo do Lenire também permanece incerta.

ZAP //

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