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Cientistas apagaram memórias traumáticas de moscas da fruta mantendo-as no escuro

Cientistas conseguiram apagar as memórias traumáticas de moscas da fruta, mantendo-as dois dias em escuridão total. Esta descoberta pode ter futuras aplicações em humanos.

Uma equipa de investigadores conseguiu apagar memórias traumáticas de moscas da fruta ao mantê-las no escuro durante dois dias. Ainda que este feito apenas tenha sido conseguido num inseto, pode ser um passo importante para aplicar este princípio em humanos.

O stress pós-traumático é uma condição que atinge 1 a cada 12 portugueses, sendo a segunda doença psiquiátrica mais recorrente na população, apenas atrás da depressão.

As memórias podem ter um grande impacto emocional nas pessoas, de tal forma que os investigadores estão a procurar formas de resolver este problema. Este novo estudo dos cientistas da Tokyo Metropolitan University usou moscas da fruta por ter similaridades genéticas com o nosso cérebro.

Segundo o New Atlas, os especialistas começaram por induzir trauma nas moscas da fruta, com as fêmeas que já acasalaram a rejeitarem os machos com tanto vigor que causam um grande stresse neles. Isto leva a que, no futuro, os machos não consigam acasalar com sucesso, mesmo que uma fêmea esteja disponível.

Posteriormente, a equipa de investigadores isolou os machos traumatizados na escuridão durante dois dias. Através desta experiência, descobriram que aqueles que tinham sido isolados no escuro não demonstravam relutância em acasalar.

Os resultados do estudo foram publicados no mês passado na revista científica The Journal of Neuroscience.

O comunicado de imprensa, citado pelo Eurekalert, explica que os cientistas descobriram uma proteína no cérebro das moscas da fruta, que se expressa após a exposição à luz e que regula a transcrição de uma outra proteína conhecida como CREB. Esta última proteína reside na zona do cérebro associada à aprendizagem e à memória.

Assim, os cientistas acreditam ter encontrado um mecanismo molecular através do qual a luz pode ter impacto na retenção de memórias a longo prazo.

Embora o cérebro de uma mosca da fruta e os tipos de trauma que atravessam sejam diferentes dos humanos, a equipa espera que esta descoberta possa abrir caminho para novos tratamentos para vítimas de trauma.

ZAP //

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