Um apagão deixou pelo menos 19 estados da Venezuela total ou parcialmente às escuras, afetando também a Internet e as comunicações telefónicas.
O apagão ocorreu pelas 16h00 locais destas terça-feira (21h00 em Lisboa) e afetou, pelo menos, além do Distrito Capital, os estados de Anzoátegui, Arágua, Barinas, Bolívar, Carabobo, Falcón, Guárico, La Guaira, Lara, Mérida, Miranda, Monágas, Nova Esparta, Portuguesa, Sucre, Táchira, Trujillo e Zúlia.
Entretanto, o Governo venezuelano denunciou que houve “um ataque” às linhas de eletricidade.
“Devemos denunciar que o Sistema Elétrico Nacional sofreu um ataque na linha de transmissão 765, justamente horas depois de uma tentativa frustrada de invasão terrorista contra a Venezuela”, escreveu a vice-presidente da Venezuela na sua conta do Twitter.
Delcy Rodríguez sublinhou ainda que o país já está “em processo de recuperação do serviço” e que “a Venezuela unida vencerá”.
Segundo o Observatório Internacional de Internet, Netblocks, após o apagão, mais de 16 estados da Venezuela ficaram sem ligação à Internet, entre eles a cidade de Caracas.
Vários utilizadores queixaram-se através das redes sociais que depois do apagão as comunicações ficaram difíceis e que era impossível efetuar telefonemas móveis através da operadora Movistar.
O apagão acontece num momento em que os venezuelanos têm crescentes dificuldades para conseguir gasolina, o que os impede de usar geradores elétricos.
As falhas no fornecimento de eletricidade são frequentes na Venezuela, embora em algumas regiões ocorram menos frequentemente. A 7 de março de 2019, uma falha na barragem de El Guri deixou o país às escuras durante uma semana.
Poucas semanas depois, a 25 de março, verificou-se um novo apagão, que afetou pelo menos 18 dos 24 estados do país, incluindo Caracas, que estiveram às escuras, total ou parcialmente, pelo menos durante 72 horas. Quatro dias depois, pelo menos 21 estados ficaram sem eletricidade durante 24 horas.
A 1 de abril seguinte, a Venezuela ativou um programa de racionamento de eletricidade que, segundo o ministro de Energia Elétrica, Igor Gavidia, se prolongaria por um ano.
Como parte do racionamento, algumas regiões têm apenas 12 horas de eletricidade por dia.
// Lusa