Classificado como um “negociador hábil” pelo Politico, a sua “propensão para construir pontes” valeu-lhe o oitavo lugar na “Turma de 2025” feita pelo jornal.
O jornal Político fez uma “Turma de 2025”, com os melhores políticos que prometem dar cartas no próximo ano. Na “Turma“, feita com base em estatísticas diversas, constam 3 tipos de políticos: os “doers”, os disruptores e os sonhadores que irão moldar a política e as políticas europeias no próximo ano.
António Costa ocupa o 8º lugar na secção dos “doers”, ou seja, “fazedores”, “realizadores”, “executores”, ou “mais ativos”. O jornal classifica estes políticos como “os mais hábeis a impor a sua vontade“.
A política “mais influente do ano”, segundo o jornal americano, é Giorgia Meloni, primeira-ministra italiana do partido de extrema-direita Irmãos de Itália.
Depois começa a lista dos “doers”, encabeçada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Logo a seguir está o presidente russo, Vladimir Putin.
António Costa surge entre a francesa Stéphanie Riso, Diretora-Geral do Departamento do Orçamento da Comissão Europeia, e Sabine Weyand, Diretora-Geral do Comércio da UE.
O antigo primeiro-ministro português, que assumiu na semana passada funções como presidente do Conselho Europeu, ocupa o 8º lugar na lista, já que o jornal considera que “é um negociador hábil, com um historial de acordos complexos”.
“A sua propensão para construir pontes — incluindo com o número crescente de figuras de extrema-direita no Conselho — é uma mais-valia para tentar chegar a acordos sobre temas polémicos, incluindo a defesa europeia, a abordagem do bloco à migração e as suas tentativas de equilibrar o comércio internacional com o reforço das indústrias nacionais”, escreve o jornal.
O jornal menciona ainda a sua capacidade de negociação com a extrema-direita, sublinhando as suas boas relações com o nacionalista húngaro Viktor Orbán. São ainda referidas as “alianças governamentais improváveis” realizadas no Parlamento português.
“Costa será também o primeiro dirigente de uma minoria étnica a ocupar um cargo de topo nas mais altas instituições da UE. De ascendência goesa e moçambicana, o antigo dirigente português é uma representação física da herança cada vez mais multicultural da Europa. A sua equipa acredita que isso lhe será útil no estrangeiro”, escreve a redação do Politico.
O jornal deposita a sua confiança em Costa: “No seu papel de recém-empossado presidente do Conselho Europeu, o português António Costa tem uma grande tarefa pela frente: limpar o rasto do seu antecessor Charles Michel“, que o jornal classifica como “propenso a gafes” e conhecido por “não ter conseguido fazer a parte essencial do seu trabalho”.
A sua “relação de trabalho calorosa com von der Leyen” é também apontada como um fator de relevo, mais um que contribuiu para o seu subtítulo na classificação: “a arte do negócio“.
Na lista dos “disruptivos”, lidera Friedrich Merz, principal figura atual da CDU alemã. Nos “sonhadores”, o número 1 é Mark Rutte, o secretário-geral da NATO.
“A dispersão do poder por lugares pouco habituais fez com que a compilação desta lista fosse um assunto invulgarmente animado, com um debate bastante controverso”, escrevem os redatores.
Consoante a orientação política de cada um, as figuras da lista podem ser admiráveis, respeitáveis ou mesmo desprezíveis. Mas há uma coisa que todos têm em comum: um enorme potencial para moldar o destino da Europa durante o próximo ano“, concluem.