A maioria das conspirações antivacinas que circulam nas redes sociais pode ser atribuída a 12 contas individuais.
Um relatório do Centro de Combate ao Ódio Digital (CCDH), com sedes nos Estados Unidos e no Reino Unido, e da Anti-Vax Watch concluiu que a maioria do conteúdo antivacinas publicado no Facebook, Twitter e Instagram provem de apenas 12 contas.
De acordo com o Science Alert, os investigadores analisaram 812 mil publicações no Facebook e no Twitter, feitas entre 1 de fevereiro e 16 de março de 2021, e descobriram que quase dois terços desse conteúdo foi publicado pela “Dúzia da Desinformação“, nome dado ao conjunto de 12 perfis de ativistas antivacinas.
Este pequeno grupo de indivíduos “abusa das redes sociais para deturpar a ameaça da covid-19 e espalhar informações falsas sobre a segurança das vacinas”, vaticinou o CEO da CCDH, Imran Ahmed. “De acordo com o nosso relatório, os ativistas antivacinas no Facebook, YouTube, Instagram e Twitter alcançam mais de 59 milhões de seguidores.”
A influência do grupo varia dependendo da plataforma: o relatório indica que a “Dúzia da Desinformação” é responsável por cerca de 17% dos tweets antivacinas no Twitter e até 73% do conteúdo antivacinas no Facebook.
“A desinformação tornou-se uma ameaça direta à saúde pública”, disse Ahmed, em março. “As redes sociais estão a permitir que os antivacinas recrutem milhões de norte-americanos e os doutrinem com medo e dúvida. Se as grandes empresas de tecnologia não agirem agora, a pandemia vai prolongar-se e mais vidas serão perdidas.”
“Os principais protagonistas da ‘indústria antivacinas’ são um grupo coerente de propagandistas profissionais“, escreveu Imran Ahmed, num artigo na Nature Medicine, no início do ano.
“São pessoas que dirigem organizações multimilionárias, incorporadas principalmente nos Estados Unidos, com até 60 funcionários cada. Produzem manuais de treino para ativistas, adaptam as mensagens para públicos diferentes e organizam reuniões semelhantes a conferências comerciais anuais, como qualquer outra indústria”, detalhou.
De acordo com a pesquisa, a “Dúzia da Desinformação” inclui os perfis de Joseph Mercola, Robert F. Kennedy, Jr., Ty e Charlene Bollinger, Sherri Tenpenny, Rizza Islam, Rashid Buttar, Erin Elizabeth, Sayer Ji, Kelly Brogan, Christiane Northrup, Ben Tapper e Kevin Jenkins.
A maioria dos utilizadores que integram o grupo continuam a marcar presença nas redes sociais. No final de abril, 10 continuavam com a conta ativa no Facebook e no Twitter e nove continuavam no Instagram.
59 milhões de acéfalos! É preocupante!…