Um estudo da universidade inglesa de Sheffield assegura que, contrariamente ao que se pensava até à data, em 1912, ano em que se afundou o Titanic, não foi registado um número “excecionalmente elevado” de icebergs.
Esta investigação, publicada esta quinta-feira na revista “Weather”, que analisa os registos da época e atuais, revela que o número de icebergues no Ártico foi muito superior em anos posteriores.
Assim, o aumento de icebergs parece ter-se acentuado nos últimos 20 anos e, segundo o professor Grant Bigg, entre 1991 e 2000 “foram registados mais de 700 icebergs e em cinco desses anos houve mais do que em 1912”.
“Vimos que 1912 foi um ano de alto risco de icebergs, mas não de risco excecional“, declarou o autor do estudo, que aponta que “em 1909 foi registado um número mais elevado e que, recentemente, o risco foi maior”.
O estudo, dado a conhecer quando se cumprem 102 anos da viagem do Titanic – que partiu do porto inglês de Southampton a 10 de abril de 1912 – questiona as razões indicadas para o afundamento do navio, que o relacionavam com o elevado número de icebergs no oceano devido a efeitos solares e lunares.
A investigação descarta assim antigas teorias sobre o acidente do navio, ao mesmo tempo que alerta para o aumento da massa de água congelada na atualidade.
Segundo Bigg, o risco de crescimento dos icebergs aumentou nos últimos anos, até superar os números de 1912, ano em que o desastre do Titanic custou a vida a mais de 1.500 pessoas.
O Titanic afundou-se na madrugada de 15 de abril de 1912, depois de colidir com um icebergue. Apenas 700 passageiros sobreviveram.
/Lusa