Zahner, M. H. (Martin H.) / Wikimedia Commons
A primeira pessoa a descer as Cataratas do Niagara num barril fê-lo por “fama e fortuna”, com um método caricato.
Em 1901, a professora de dança nova-iorquina Annie Edson Taylor, aos 62 anos, estava sem dinheiro. Como era aventureira, decidiu que um bom momento de entretenimento poderia tirá-la da pobreza, tornando-a famosa por uma acrobacia nunca antes conseguida.
Decidiu então que desceria as Cataratas do Niagara — nessa altura, atividades como esta, que desafiam a própria vida, eram muito populares, e poderiam garantir riqueza a quem se atrevesse a fazê-las.
Na verdade, em 1858, o acrobata Charles Blondin já tinha atravessado as Cataratas do Niagara numa corda bamba. Mas nunca ninguém as tinha descido efetivamente. Pelo menos, nunca dentro de um barril.
Annie começou então por engendrar o objeto no qual ia descer uma das maiores cascatas do mundo — e mais perigosas, com cerca de 2650 metros cúbicos de água a cair por segundo.
Como a própria afirmou em entrevistas, era “fama e fortuna ou morte instantânea”.
Decidiu então descer as cataratas numa pipa, revestida com aros de metal e com almofadas para lhe amparar a cabeça.
A viagem aconteceu, segundo recorda a Britannica, a 24 de outubro de 1901, com a ajuda de um barco que rebocou Annie e o seu barril para junto do precipício. Há quem conte que um gatinho também acompanhou Annie na sua jornada, mas nenhuma imagem o comprova.
A proeza contou com a assistência de uma grande multidão, que observou a pipa a cair cataratas abaixo. No final, alguns minutos depois, Annie foi resgatadas — estava magoada e desorientada, mas viva. A multidão rebentou em aplausos, e a professora de dança ficou para sempre na história.
Annie estava certa de que ganharia uma grande fortuna devido ao seu feito, mas isso… não aconteceu.
Durante anos, tentou vender fotografias suas junto ao seu barril e até afirmar que tinha 43 anos em vez de 63 — muitos lhe chamaram mentirosa compulsiva. Apesar de todos os esforços, Annie não atingiu o sucesso que esperava.
Mais tarde, houve quem tentasse seguir o seu exemplo, como foi o caso de Bobby Leach, dez anos depois, que teve de ficar em recobro durante 6 meses, ou George Stathakis, em 1930, que morreu sufocado — e levou consigo a sua tartaruga de estimação, que sobreviveu.
Entretanto, após alguns desastres, passou a ser proibido realizar proezas nas Cataratas do Niagara. Ainda assim, continua a haver infratores.
