Animais marinhos há 500 milhões de anos alimentavam-se como as actuais baleias

Daniel Kwok / Flickr

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Grandes animais marinhos que viveram há mais de 500 milhões de anos alimentavam-se de maneira semelhante às baleias modernas, filtrando água e capturando plâncton e pequenos animais através de “barbas”, revela hoje um estudo da revista ‘Nature’.

O trabalho, publicado na revista científica por uma equipa liderada por Jakob Vinther, da universidade britânica de Bristol, dá conta da descoberta, em 2009, na Groenlândia, de fósseis da espécie ‘Tamisiocaris‘, da família dos ‘anomalocarídios’, que viveu no período Câmbrico, o primeiro dos seis da era Paleozóica.

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O paleobiólogo molecular Jakob Vinther, da Universidade de Bristol

O paleobiólogo molecular
Jakob Vinther, da Universidade de Bristol

A análise dos fósseis revelou apêndices bucais de grandes dimensões, semelhantes às ‘barbas’ das baleias atuais.

De acordo com o estudo publicado na ‘Nature’, os ‘Tamisiocaris’, cujos fósseis foram datados de entre 480 e 520 milhões de anos, nadavam graças a barbatanas peitorais, que os cientistas consideram poderem ter servido também para ajudar a capturar presas de maiores dimensões, como as trilobites, animais da classe dos artrópodes, muito abundantes no período câmbrico.

Jakob Vinther diz na ‘Nature’ que os fósseis permitiram decifrar a maneira como algumas dessas criatura se converteram em “vertebrados suspensívoros”, animais de movimentos lentos que se alimentavam de espécies marinhas mais pequenas, como plâncton e crustáceos, que viviam em suspensão na água.

O autor do estudo apresenta-se como sendo um “paleobiólogo molecular“, uma ciência sinóptica que usa a história evolutiva registada tanto em rochas como nas moléculas para compreender e melhor reconstruir a evolução dos organismos.

ZAP/Lusa

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