Angola “troca” Portugal por Espanha e leva caso Vicente à CPLP

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Amanda Lucidon, WHite House / Flickr

Manuel Vicente, ex-vice-presidente de Angola

Angola elevou o “caso Manuel Vicente” a outro patamar, como forma de protesto pelo tratamento que a Justiça portuguesa está a dar ao processo que envolve o seu ex-vice-presidente.

Angola não está contente com o tratamento de Portugal ao processo que envolve Manuel Vicente. Esta nova posição de Luanda justifica, segundo o mesmo jornal, a chamada de urgência a este Ministério do embaixador português.

Fonte do Ministério angolano das Relações Exteriores avançou ao Expresso que, “até agora, a Procuradoria era o nosso único canal. Mas a partir de agora é um assunto de Estado assumido com outra dimensão territorial”.

Portugal está a “pôr em causa” as relações entre os dois países. João Carlos Silva recebeu uma carta dirigida ao ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal na qual Angola denuncia a violação, por parte de Lisboa, do acordo judiciário estabelecido por Angola e Portugal.

Esta reação angolana surge depois da emissão de um mandado de detenção a Manuel Vicente, sob a alegação de que viajara no último fim de semana para Portugal. No entanto, Manuel Vicente encontrava-se em São Tomé e Príncipe.

Luanda alastrou este tema a todos os países da CPLP, abrindo caminho para que os países desta comunidade se unam em torno da sua causa, explica o Expresso.

“O Presidente pretende também revitalizar o grupo PALOP – Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa – como uma plataforma que defenda, em bloco, os seus interesses”, revelou fonte diplomática angolana.

“Não voltaremos, como no passado, a fazer ondas com o anúncio de novas medidas, mas este semestre não será, seguramente, para Portugal“, disse ao jornal um alto funcionário da Presidência.

Assim, dando prioridade às visitas de Mariano Rajoy, Emmanuel Macron, e Sergey Lavrov nos próximos seis meses, não haverá lugar para a visita do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, ou do primeiro-ministro português António Costa.

Luanda assume desta forma a “troca” de Portugal por Espanha, depois da recente visita do secretário de Estado das Relações Exteriores espanhol, Ildefonso Lopez. Espanha vai reforçar a sua cooperação com o país angolano nos domínios da indústria de materiais de construção, calçado, ensino superior, pescas e exploração mineira.

De acordo com o Expresso, está em cima da mesa, porém, o pedido de repatriação para Madrid do português Guilherme Taveira Pinto, acusado em Espanha de ter participado no desfalque de um negócio de 153 milhões de euros com a Defex.

Taveira Pinto é tido como intermediário de algumas operações de venda de armas para Angola em tempo de guerra, tendo o papel deste português sido reconhecido pelas autoridades locais com a outorga da nacionalidade angolana.

A Interpol acionou um mandado de captura, mas sem acordo de extradição entre os dois países. Taveira Pinto continuará a beneficiar da proteção de Luanda.

ZAP //

11 Comments

  1. Epá lá está a elite Angolana corrupta a querer que o poder judicial seja confundido com poder político, eu sei que em Angola é muito normal que se misture esses dois poderes, mas num estado de direito normal isso não acontece.
    Já se percebeu que este tipo é corrupto e como tal tem de ser julgado e condenado, deixem a justiça trabalhar!

  2. Mais uma “chantagem infantil”, típica das elites angolanas do terceiro mundo!!
    A única lei que conhecem é “dinheiro acima de tudo”!!
    Não é fácil lidar com essa escumalha angolana e só alguém “tão bom” como eles é que os entende…
    Dos que foram para Angola (que eu conheço), só os que já em Portugal tinham um historial de burlas e falências é que se deram bem por lá – os minimamente honestos voltaram depressa para cá (e alguns só se
    mantém lá, porque tem o dinheiro “preso” pelo regime angolano)!…
    Em Espanha não faltam empresários manhosos, mas os angolanos estão noutro “nível” e, vamos lá ver quanto tempo demoram até começar os problemas com os mafiosos angolanos, perdão; como os empresários angolanos!

  3. E nós precisamos de dinheiro angolano em Portugal? Há os diamantes de sangue que foram proibidos de ser comercializados por resultarem de exploração de pessoas e até assassinatos .. e será que capital que vem da corrupção e da exploração do povo angolano pode ser aceite em Portugal ?

    • Os diamantes e o ouro vai directamente para a Suíça e lá ficam logo “lavadinhos”!!
      Todos os bandidos sabem que a lavar dinheiro, ouro e diamantes não há como os suíços.

  4. Boa! Assim como assim, que negócio bom é esse de Angola. Se os Portugueses forem inteligentes, pressionem esse regime caduco, comunista e arrugante de Luanda a serem eles a fecharem as fronteiras e depois por deliberação UE, a Europa está fechada para eles, tal como os EUA fizeram com Cuba e deixem os Angolanos a falar sozinhos. Perdão, os Angolanos não, o regime comunista de Angola, porque aquele povo sofre o drama da obscuridao e sofrimento de um regime totalitarista, sanguinário, que nem tão pouco disfarça a falta de separação de poderes (que é comum nas ditaduras). Provavelmente o dito vice deve ter dado muitos milhões para a mão daqueles que hoje estão no poder, mas que antes os víamos permanentemente na crista da onda do regime de JES. Acham que esses mesmos se transformariam? Nada disso, querem fazer um regime do mesmo jeito que ainda no tempo da ditadura Portuguesa o Marcelo Caetano fazia com Americo Tomaz.
    Se preparem, revolução vem aí, agora saber se de direita ou esquerda democrática ou ditadura trotskista ou tipo étnica, não me atrevo a arriscar, mas neste caminho se não mudarem, vai lá dar, isso vai…

  5. Estão-se a virar para Espanha, talvez tenham razão! Como por lá em Angola os políticos não dão conta do recado pois a veia política de facto não condiz com o prometido e isso nunca deu resultado positivo em nenhum país sob tal regime talvez reconheçam agora que mais valerá serem colonizados e viver melhor do que independentes e na miséria e neste caso encontrarão em Espanha o político ideal e especializado (Rajoy) para tal objectivo.

  6. Aventuras de quem nunca “teve e chega a ter”. Angola a mostrar figura de pobre novo ricaço, a não querer saír da mediocridade,… e Espanha a aproveitar. Continuem !

  7. Eles são maiores e vacinados, que se entendam, nós portugal é que não podemos deixar que haja quem quer que seja nos influenciem nas questões da justiça entre outras questões mais relevantes de interesse publico nacional, se ouve um crime perpetrado por esse senhor politico angolano e se foi cometido esse crime em solo nacional, pois acho que é muito justo que o julgamento seja aqui em portugal, e não devemos ceder a chantagens de quem quer que seja, agora os políticos angolanos que se cuidem e são livres de poderem guiar os seus destinos com quem quer que seja do interesse do interesse deles, isso é um problema de carácter ideológico angolano, eu que defendo o livre comercio de bens e a livre circulação de pessoas entre os cplp, não acho correto que os políticos angolanos ou outros interfiram nos desígnios da justiça dos outros países e isso a dar a mão aos prevaricadores que cometem os crimes, e se foi cometido em solo nacional pois que seja julgado também esse crime em solo nacional, e se houver culpados pois que cumpram as penas do seu prejuízo para com os estados, agora se os angolanos querem optar pelos espanhóis pois que o façam, pois sendo eles livres das suas próprias decisões, que para nós é um mal menor, tenho dito.

    • Estou de acordo, mas, na CPLP nunca houve “o livre comercio de bens e a livre circulação de pessoas”!!
      E, com escumalha desta “categoria” (dirigentes angolanos, mas podiam ser brasileiros, etc) percebe-se bem porquê!…

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